Policia

Marçal afirma que MS não é depósito de presos

10 NOV 2010 • POR • 20h36
Marçal repudiou a transferência de presos do Maranhão para o MS Foto: divulgação
O deputado federal Marçal Filho (PMDB) repudiou ontem a transferência de presos do Maranhão para o Mato Grosso do Sul. “Sem qualquer aviso ou consulta pública, o Ministério da Justiça transferiu para o Presídio Federal de Campo Grande, os 22 condenados que lideraram a rebelião que deixou 18 mortos no Presídio São Luis, no Maranhão”, reclamou Marçal. “Nada contra o Ministério da Justiça, muito menos contra as medidas adotadas para remover da capital maranhense os presos que lideraram a matança, mas uma pergunta não quer calar: por que o Mato Grosso do Sul?”, questionou o deputado.

Marçal Filho lembrou que quando os presos do Complexo Penitenciário de Bangu organizaram uma rebelião, o primeiro ato foi transferir o megatraficante Fernando Beira Mar para Campo Grande, onde ele permanece até hoje. “Quando a facção criminosa que domina os presídios de São Paulo desencadeou uma rebelião, fizeram o mesmo com seus líderes e, mais tarde, até o outro megatraficante Juan Carlos Abadia e outros chefes do crime organizado acabaram transferidos para o presídio federal de Mato Grosso do Sul”, enfatiza Marçal.

O deputado não economizou críticas contra a transferência. “Quero repudiar com veemência essa prática que fere a soberania do Estado e que ameaça a segurança da população. Todos sabem que atrás de cada preso chegam, pelo menos, duas dezenas de pessoas, entre comparsas e familiares, que acabaram elevando ainda mais os índices de criminalidade. O Mato Grosso do Sul não merece ser tratado como depósito de presos de alta periculosidade e a população sul-mato-grossense não aceita essa ingerência que foi levada a efeito na madrugada desta quarta-feira quando o avião da Polícia Federal aterrissou no Aeroporto de Campo Grande com os presos à bordo”, enfatizou.

Marçal Filho disse ainda que é de conhecimento de todos as dificuldades que existem hoje na área da Segurança Pública em todos os Estados brasileiros e não é justo que o Mato Grosso do Sul acabe carregando este pesado fardo sozinho, de forma que o mais sensato seria ter transferido esses líderes para seus Estados de origem ao invés de despejar em Campo Grande um avião cheio de condenados. “Estou ao lado da população na indignação com este ato de desrespeito a um ente federado e, sobretudo, de pouco caso com a sociedade sul-mato-grossense que não quer ver o Estado transformado num depósito de presos de alta periculosidade”, finalizou Marçal Filho.