Cidades

Campo Grande: Agentes de saúde fazem greve

14 JAN 2011 • POR • 16h35
Agentes de saúde em greve durante reunião no dia 7 de janeiro - Foto: Divulgação
Os agentes de saúde pública e de controle de epidemiologia iniciaram uma greve em Campo Grande para reivindicar melhores condições de trabalho e bônus salarial por produtividade. O protesto teve início no dia 4 de janeiro.

Amado Cheikh, representante dos servidores e um dos diretores do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sintesp), explicou ao G1 que os trabalhadores ganham, atualmente, um salário mínimo mais um bônus de R$ 170. A categoria quer que o bônus seja de R$ 2 mil e seja oferecido conforme a produtividade.

“Uma das propostas é a implantação de metas e que os agentes ganhem conforme o cumprimento desses objetivos. O salário ficaria vinculado às metas atingidas. Se um trabalhador cumpriu 100%, receberá determinado valor. Quem cumprir menos, ganhará proporcionalmente”, disse.

Conforme Cheikh, os agentes são responsáveis pelo trabalho de borrifação de casas, dedetização, combate à dengue e todo o tipo de combate à zoonoses. Ele afirma que o sindicato tenta negociar com a prefeitura desde abril de 2010, mas não obteve sucesso.


Apenas 30% dos agentes estão trabalhando. Os outros coletam assinaturas de apoio à causa da população de Campo Grande e enviam para a prefeitura. Segundo Cheikh, a categoria já coletou cerca de 80 mil assinaturas.

#####Greve ilegal

Em nota divulgada nesta sexta-feira (14), a Prefeitura de Campo Grande informa que o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul declarou a greve ilegal e abusiva. Foi determinada a suspensão da suspensão da greve e o retorno imediato dos servidores ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 25 mil.

Ainda na nota, a prefeitura informa que medidas administrativas e disciplinares serão tomadas contra os servidores e que as faltas dos grevistas não serão abonadas.

Cheikh alega que, após a ameaça de multa, o sindicato comunicou os servidores que retirava a articulação, mas os agentes decidiram continuar a paralisação como uma decisão pessoal. “Não vamos pagar essa multa, porque cada um tomou uma atitude individual de que a greve continuaria, isentando o sindicato de responsabilidade. O sindicato já não tem nenhuma relação com a greve”, disse.