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Protestos impedem brasileiros de deixar cidade na Patagônia chilena

14 JAN 2011 • POR • 16h45
Manifestantes fazem barricada durante protesto na cidade chilena de Punta Arenas na quarta-feira - Foto: AFP
Manifestantes chilenos das cidades de Punta Arenas e Puerto Natales, ao sul da capital Santiago, reagiram com indignação ao anúncio governamental de reajuste na ordem de 17% no preço do gás natural a partir de fevereiro, e impediam turistas estrangeiros, brasileiros inclusive, de deixar a região nesta quarta-feira (14).

A região sofre com baixas temperaturas durante boa parte do ano, e o gás sempre recebeu, tradicionalmente, generosos subsídios do governo.

Daí a forte reação por parte da população, que parou a cidade nesta quarta, conforme relatos da brasileira Kelly Brezinski, que estava na região a turismo para conhecer as regiões glaciárias e os parques nacionais.

\"Todas as rotas foram fechadas para saída, inclusive as ruelas, e os caminhos alternativos. O ônibus que nos levaria embora ontem conseguiu autorização para sair somente com residentes locais, que alegavam estar carentes de ajuda médica\", conta.

Ontem, mais de 300 estrangeiros improvisaram uma reunião de emergência com o prefeito local em uma praça no centro de Punta Arenas. \"Mas ele disse que não pode fazer nada, e que tem receio de se indispor com a população\", contou Kelly.

\"No dia 13, eu, meu marido e meu filho chegamos de ônibus, vindos de El Calafate, na Argentina. Tivemos que descer na estrada, 6 Km antes da cidade, atravessar a barricada de manifestantes a pé e depois pegamos outro ônibus para chegar em Puerto Natales\", conta Sílvia Calmon de Albuquerque, outra brasileira que fazia turismo na região, por email.

A Cruz Vermelha está na região, oferecendo abrigo no salão de uma escola e alimentação. A entidade internacional estima que só em Puerto Natales 500 turistas, de diversas nacionalidades, estejam \"presos\". Mas ao todo, divulgaram que cerca de 2 mil estrangeiros encontram-se no mesmo estado, espalhados em diversos pontos do sul do país.

Os estrangeiros que estão presos na cidade não estão recebendo qualquer tipo de auxílio até o momento. \"Fizemos uma lista com a relação de todos os brasileiros que estão no hotel, ligamos para o consulado, mas as respostas do Itamaraty até agora não tem nos ajudado\", disse Brezinski.

(G1.com)