Cidades

Dourados: Zé Teixeira pede cautela à Délia Razuk

13 JAN 2011 • POR • 01h13
Zé Teixeira cobra cautela da prefeita e diz que momento não é para criar novas despesas - Foto: Divulgação
DOURADOS – O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) está pedindo cautela à prefeita interina Délia Razuk (PMDB) nessas últimas semanas de administração. “Não quero me intrometer na gestão da prefeita, mas é preciso alertar que o momento não é apropriado para, por exemplo, encaminhar projetos à Câmara Municipal e convocar os vereadores extraordinariamente com o objetivo de votar e aprovar um pacote de medidas que vão criar despesas que terão que ser pagas pelo futuro prefeito”, argumenta Zé Teixeira.

“É inegável que a presidente da Câmara Municipal está realizando um bom trabalho na condição de prefeita interina, mas é preciso cautela neste momento delicado para impedir o comprometimento de todo orçamento de 2011 apenas no primeiro semestre”, conclui o deputado.

Apesar de reconhecer que a prefeita interina resgatou parte da autoestima que o douradense perdeu com os escândalos de corrupção, Zé Teixeira salienta que é preciso parcimônia nos gastos.

“Foi importante a realização de um calendário de eventos no final do ano, como também foi fundamental a decoração natalina e a inauguração de parte das obras de reforma da Praça Antônio João que foi, enfim, reaberta ao público, mas os gastos deveriam parar por aí”, enfatiza.

Para Zé Teixeira, até mesmo a lei que alterou o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração da Prefeitura de Dourados, garantindo aumento de salário para cerca de 1.500 servidores, deveria ter sido melhor analisado.

“Não estou dizendo que os funcionários públicos não mereciam esse reajuste, mesmo porque era uma reivindicação de quase 10 anos, mas os aumentos de até 30% nos vencimentos, com um servidor de nível fundamental passando a receber entre R$ 704,51 e R$ 1.204,32, e servidores de nível médio entre R$ 1.165,00 R$ 2.031,99 exigiam um estudo mais aprofundado”, conclui.

A maior objeção do deputado estadual diz respeito aos projetos que pretendem criar duas novas Secretarias Municipais no organograma de governo da Prefeitura de Dourados. “Existe uma mobilização nos bastidores para convencer os vereadores a votarem um pacote de medidas, tanto que o presidente da Câmara Municipal já foi acionado para oficializar a convocação das duas sessões extraordinárias”, alerta Zé Teixeira.

“A questão é: existe alguma emergência nesses oito projetos que serão colocados em pauta com o objetivo de ampliar o perímetro urbano de Dourados, de criar as Secretarias da Juventude e a de Cultura?”, questiona Zé Teixeira.

O deputado afirma que a prefeita interina não pode ignorar o fato que ficará no cargo até o começo de março, quando tomará posse o prefeito que será eleito no dia 6 de fevereiro.

“Ora, ainda que esteja repleta de boas intenções, já que tem deixado claro todo seu esforço em realizar uma administração voltada para todos os douradenses, a prefeita Délia não terá tempo hábil para instalar essas duas novas pastas e, se fizer isso no afogadilho, irá gerar uma despesa desnecessária para o futuro prefeito”, analisa Zé Teixeira.

Ele também considera prematuro enviar à Câmara Municipal o projeto que prorroga o contrato de concessão do transporte coletivo de Dourados. “A empresa beneficiada foi investigada na Operação Uragano e não seria sensato prorrogar esse contrato faltando menos de dois meses para a posse do prefeito que será eleito em fevereiro”, argumenta. “Esse é um problema que deve ser solucionado pela futura administração”, conclui Zé Teixeira.

O deputado sugere que antes de colocar os projetos em votação, sobretudo os mais polêmicos, a prefeita Délia Razuk procure conversar antes com todos os candidatos a prefeito para saber o que eles pensam a respeito. “A dona Délia é uma mulher de bom senso e tenho certeza que ela atentará para essas questões, mesmo porque o fato dela estar no governo interinamente não a isenta de seguir todos os artigos da Lei de Responsabilidade Fiscal”, finaliza o deputado.

Zé Teixeira cobra ainda equilíbrio dos vereadores que, se forem convocados, deverão ser criteriosos na hora de votar projetos que criam despesas para o futuro gestor. “Espero que os vereadores tenham bom senso e vote apenas as matérias fundamentais, urgentes e emergentes, deixando as demais para a futura administração”, encerra.