Esporte

Satisfeito com reforços, Muricy sugere rodízio durante o Carioca

7 JAN 2011 • POR • 16h04
Muricy Ramalho sorri durante o treinamento do Flu - Foto: agência Photocamera
O discurso de que time grande sempre entra em campo para ganhar segue afiado, mas nas entrelinhas está claro que a Libertadores será, sim, a prioridade do Fluminense em 2011. E o Tricolor não pensará duas vezes se enxergar a necessidade de escalar um time misto na disputa do Campeonato Carioca. Objetivo, Muricy Ramalho deixou claro que o tempo da pré-temporada (de 5 a 16 de janeiro) não é suficiente para arrumar a equipe para a estreia no dia 20, contra o Bangu, em Moça Bonita, e um rodízio de jogadores deve ser instituído na Taça Guanabara.

Como a competição estadual já começa com partidas nos meios e fins de semana, a preocupação é em ter o grupo inteiro no início da Libertadores, dia 9 de fevereiro, no Engenhão, contra o Argentinos Juniors. Calejado com a experiência do ano passado, quando sofreu com inúmeras lesões, Muricy fará da precaução uma virtude nos primeiros meses do ano.

- Sempre vamos entrar para ganhar. Mas é preciso entender que é impossível preparar um time em dez dias. Outras equipes estão trabalhando há mais tempo. No início, podemos revezar na escalação. Não queremos lesões logo no começo da temporada.

A decisão vem embasada na força do elenco montado pelo Tricolor para 2011. Além de manter praticamente todos os jogadores da conquista do Brasileirão (apenas os poucos utilizados Equi e Cássio, e mais recentemente Thiaguinho se foram), o clube fez as chamadas contratações pontuais a pedido de Muricy. Tanto que, com exceção da lateral direita, é unanimidade nos bastidores que há um time reserva de qualidade.

Muricy analisou a formação do elenco e justificou as contratações de Diego Cavalieri, Souza (essas já confirmadas), Araújo e Edinho (com perspectivas de serem anunciados até o fim de semana).

- São jogadores em posições que precisávamos. Não queríamos muitas peças. O Edinho pode jogar nas duas, tanto de volante quanto de zagueiro. Já o Araújo surgiu a oportunidade, é velocista e joga no lado do campo. O Diego (Cavalieri) queríamos há tempo. E o Souza é experiente, joga pelo lado direito do campo, é especialista em uma posição que só tínhamos o Deco. Além disso, acreditamos no grupo do ano passado.

Com elenco recheado e promessa de muitas oportunidades, a tendência é que a briga por posição para os jogos “para valer” na Libertadores seja acirrada. E Muricy reiterou seu pensamento para deixar bem claro:

- Quem treinar e merecer, joga. Não tenho preferências. Ninguém joga com o nome, e o Brasileiro deixou isso muito claro. Não tem essa de predileto ou jogador de empresário. Quem estiver bem, entra.

Setor menos badalado, e às vezes até criticado, na disputa do Campeonato Brasileiro, a defesa inicia a temporada sem reforços. Menos vazados da competição nacional – 36 gols sofridos -, Gum e Leandro Euzébio imperam na preferência do comandante tricolor.

- Treinador nunca deve desistir das coisas. No futebol, não dá para achar que quando perde está tudo errado, ou quando ganha está tudo certo. É preciso trabalhar. Os dois trabalharam muito e formaram a defesa menos vazada da competição. Temos também o Digão, o André (Luis), o Thiago (Sales) e o Edinho. Perdemos o Cássio, mas trouxemos ele. Não são jogadores badalados, mas são treinados e preparados. Por isso, corresponderam.