Saúde

Febre oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue

Expedito Luna fala sobre a doença, também transmitida por um mosquito e concentrada sobretudo no Norte, embora outras regiões do País já a tenham detectado

14 ABR 2024 • POR Sandra Capomaccio/Jornal da USP no Ar • 08h00
O inseto transmissor já tem presença no Estado de São Paulo - Wikimedia Commons

O Amazonas declarou que está passando por um surto de febre oropouche, o Estado já havia registrado 1.674 casos da moléstia em fevereiro, um aumento de 68% dos casos reportados em igual período do ano passado. Apesar dos casos de febre oropouche estarem concentrados na região Norte do País, nas últimas semanas surgiram pacientes com a doença em outros Estados, como Rio de Janeiro e Santa Catarina. 

O maruim, do gênero Culicoides, é o mosquito transmissor do vírus da doença, que levou a cidade de Luiz Alves, no Vale do Itajaí (SC), a decretar situação de emergência no dia 27 de março. Os moradores do município relatam desconforto devido às picadas do inseto, que causa irritação na pele. O decreto reforça que repelentes e outros métodos químicos se mostraram ineficazes contra o inseto. Trata-se de um vírus que surgiu pela primeira vez em 1955, em Trinidad, por isso recebe o nome de onde foi encontrado. Depois disso, foi localizado em outros países da região Amazônica como Brasil, Peru, Colômbia e Panamá. 

Sintomas semelhantes aos da dengue

Expedito Luna – Foto: Reprodução/ResearchGate

 

O professor Expedito Luna, do Departamento de Medicina Preventiva, na área de Epidemiologia de Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP, explica que, entre os principais sintomas da doença, estão o quadro febril agudo, dores no corpo, náusea e diarreia, confundindo muito com os sintomas da dengue, zika e chikungunya, porém, no caso da febre oropouche, ainda não foram registrados óbitos. O inseto transmissor já tem presença aqui no Estado de São Paulo. A transmissão pode ocorrer de duas formas: mais urbana ou silvestre, em áreas de mata, através de aves e animais. 

O controle desse inseto deve ser feito no início da noite, justamente quando ele ataca. É possível haver uma transmissão em massa, caso não seja feito o controle pela vigilância sanitária.