Pets

Dourados tem o primeiro Cemitério Pet do Estado

12 ABR 2024 • POR Redação • 14h45

Com mais de 180 milhões de animais de estimação, segundo o censo do IPB (Instituto Pet Brasil), o Brasil é o terceiro país em número de animais de estimação. Considerando os 215 milhões de brasileiros, pelo menos 70% da população tem um pet em casa ou conhece alguém que tenha.
   

Foi observando esses números e a constatação da falta de um local adequado para destinação desses animais quando de suas mortes que o empresário Roney Dutra teve a ideia de criar em Dourados um cemitério exclusivo para o sepultamento de pets. É o primeiro em Mato Grosso do Sul. O Cemitério foi inaugurado no dia 13 de julho de 2023 em uma área de 4.200 metros quadrados, onde foram abertas 7 mil e 200 covas uma ou duas gavetas. A empresa de Roney faz busca em um carro funerário adaptado o animal morto em casa, preparação o corpo, faz o velório e o sepultamento.
    

“Conheci um empresário em Botucatu especializado em cemitérios pets e achei interessante e viável a ideia”, disse o empresário a O Progresso, acrescentado que a aceitação tem sido muito boa. “Penso que ter um local adequado traz certo conforto à família, que em muitos casos conviveu muitos anos com o animal”, observou.
  

Os cemitérios pets cumprem também um papel de preservação do meio ambiente: aquela opção de enterrar os animais no quintal de casa já não pega tão bem, para a própria preservação da saúde dos moradores do lar. Corpos em decomposição podem contaminar solos e água, especialmente em caso de mortes causadas por doenças contagiosas.
    

Estudos mostram que a morte de um animal de companhia gera, além do sofrimento da perda e do luto inerente, muitas dúvidas quanto à destinação do corpo do animal morto. Dentre as alternativas para o destino de animais de companhia após sua morte está o enterro na própria propriedade, o recolhimento e a cremação pelos serviços municipais ou privados de cadáveres e o enterro em um cemitério destinado a animais de estimação. A escolha de um cemitério permite que os tutores possam se despedir apropriadamente de seus pets e traz a tranquilidade de saber que ele estará sempre em um lugar só seu, em ambiente apropriado.

O enterro pode ser coletivo ou individual, dependendo da escolha dos tutores. Nesses locais eles poderão deixar sua homenagem em forma de lápide, com mensagem e identificação, e podem visitar seu animal de companhia sempre que quiserem. A outra opção, a cremação, é indicada para animais que morreram de doenças infectocontagiosas e também para aqueles que gostariam de poder guardar as cinzas dos seus pets. A cremação pode ser realizada de forma coletiva ou individual.

Histórico
  

Estranho ou exótico a um primeiro olhar, o enterro de animais é relatado ao redor do mundo em diferentes culturas. No Egito antigo, os gatos eram considerados sagrados, e eram mumificados e enterrados. A evidência mais antiga de enterro de um felino ligado a um ser humano data de 9500 a.C. 3. Entre 1989 e 1992, uma expedição em um sítio arqueológico de Ashkelon escavou aproximadamente 1.200 esqueletos de cães. Esses animais foram enterrados entre os séculos IV e V a.C. 4.

Apesar dessa descoberta, o cemitério localizado em Paris, fundado em 1899, é considerado o primeiro cemitério animal. Denominado Le Cimetière des Chiens et Autres Animaux Domestiques (Cemitério de Cães e Outros Animais Domésticos), esse local foi criado para que os parisienses deixassem de jogar os corpos dos animais nos rios ou de enterrá-los em locais inadequados.