Ajuda humanitária

ONU e agências atuam no terreno após naufrágio de ferry que matou 94 em Moçambique

Unicef revela que várias crianças estão entre as vítimas do incidente que teve 26 desaparecidos próximo da Ilha de Moçambique, no norte

9 ABR 2024 • POR ONU News • 21h45
Unicef está em contato com as autoridades para avaliar a situação após o naufrágio - Ouri Pota

Um ferry que transportava centenas de pessoas virou na costa norte de Moçambique neste domingo, causando pelo menos 94 mortes, incluindo crianças. As autoridades confirmaram 26 desaparecidos no incidente ocorrido nas águas próximas à Ilha de Moçambique, no norte.

Uma equipe que inclui representantes das Nações Unidas está presente na área para prestar apoio aos esforços de resposta das autoridades nacionais, aos sobreviventes e às famílias afetadas. 

Causa do desastre

No local já foram encontrados 11 sobreviventes e tentam-se resgatar mais pessoas, de acordo com o sistema das Nações Unidas em Moçambique. A coordenadora residente da ONU no país, Catherine Sozi, disse que a organização está pronta para ajudar o país e reitera a vontade de apoiar o governo na resposta a desastres.

Nesta terça-feira, as autoridades moçambicanas decretaram três dias de luto nacional, enquanto uma equipe de investigação apura a causa do desastre - Foto: © Unfpa/Hidayat Kassim

 

O tipo de transporte é frequentemente usado em Moçambique, mas destaca-se ainda mais durante as estações chuvosas quando as cheias dificultam a capacidade de movimento no continente. 

O acidente marítimo desta magnitude é um primeiro registado num período prolongado, ressalta a ONU.

Embarcação de pesca 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, informou que atua com parceiros no local e “está em contato com as autoridades para avaliar a situação para garantir que seja prestado apoio aos sobreviventes e as famílias dos falecidos.”

Em nota, a representante do Unicef em Moçambique, Maria Luisa Fornara,  expressa choque com a notícia de que o “barco transportando cerca de 150 pessoas afundou ao largo da costa da cidade de Nampula com muitas vidas perdidas.”

O  Instituto de Transporte Marítimo de Moçambique, Intrasmar, informou que a embarcação de pesca estava sobrecarregada e sem licença para transportar passageiros.

De acordo com relatos recolhidos pelo Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, o barco partiu da área de Lunga com destino à Ilha de Moçambique com pessoas em busca de segurança devido ao surto de cólera na parte continental. 

O Ministério da Saúde de Moçambique notificou 15.051 casos da doença, com 32 mortes. A taxa de mortalidade foi de 0,2% entre outubro e princípios de abril.