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Colóquio reúne estudantes e profissionais em discussão sobre a doença de Chagas

O evento faz alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas, comemorado no dia 14 de abril

7 ABR 2024 • POR Claiane Lamperth/UFMS • 07h15

Nos dias 11 e 12 de abril, será realizado o 2º Colóquio Café com Chagas na Cidade Universitária. O encontro é presencial, gratuito e aberto a estudantes, professores, profissionais da área da saúde e demais interessados em dialogar sobre a pesquisa, o diagnóstico e controle da doença de Chagas, a partir de uma perspectiva local e científica. O evento faz alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas, comemorado no dia 14 de abril. As inscrições estão abertas na página do evento: https://www.even3.com.br/2-coloquio-cafe-com-chagas-438088/.

A doença de Chagas não é um assunto de todo desconhecido,  já que o primeiro contato com o tema acontece, normalmente, na fase escolar e o que grande parte da população desconhece é que a enfermidade é uma realidade vivenciada por muitos brasileiros. Entre 2016 e 2020, foram registrados 31.342 óbitos no país em decorrência da contaminação pelo Trypanosoma cruzi, conforme dados publicados em boletim pelo Ministério da Saúde em janeiro deste ano. A doença de Chagas é considerada uma das dez doenças negligenciadas, o termo é utilizado para identificar as doenças tropicais que são consideradas endêmicas em populações que estão em situação de vulnerabilidade. Outra característica desse grupo é a verificação de escassez de recursos para pesquisa, desenvolvimento de medicação e controle. 

O colóquio se insere nesse contexto como uma iniciativa que visa romper os estigmas,  aumentar a visibilidade sobre o tema, promover a conscientização e atualização dos conhecimentos técnicos e científicos dos participantes. A primeira edição coincidiu com a data comemorativa e foi organizada com auxílio dos estudantes do Grupo de Pesquisa de Ensaios Biológicos com Trypanosoma cruzi e integrantes do Laboratório de Imunologia, Biologia Molecular e Bioensaios, do Instituto de Biociências (Inbio). 

“No ano passado eu e os estudantes resolvemos fazer algo para promover a conscientização, mesmo que fosse pequeno. Para nossa surpresa, tivemos mais de 100 participantes. Foi um sucesso. E logo ao final, os estudantes já começaram a organizar a segunda edição”, relembra a coordenadora do evento e professora do Instituto de Biociências, Alda Maria Teixeira Ferreira. 

O estudante de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Carlos Miguel de Freitas Simões, participou da organização da primeira edição e neste ano continua envolvido com o evento. “Criamos um ambiente onde pesquisadores e especialistas na área poderiam compartilhar conosco um pouco de sua experiência, e o público pudesse absorver da melhor forma possível”.

O cronograma da segunda edição do evento está dividido em dois dias. No primeiro, serão realizados quatro minicursos com temáticas diferentes, desde a imersão em práticas laboratoriais até a identificação dos triatomíneos, insetos hematófagos popularmente chamados de barbeiros. “O retorno positivo nos incentivou a acrescentar atividades novas. Por exemplo, os minicursos, onde pretendemos compartilhar com os participantes um pouco da nossa experiências com Laboratório e Pesquisa. Achamos que seria interessante e quem sabe isso desperte neles um interesse maior pelas atividades laboratoriais ou para estudarem mais sobre a doença de Chagas” comenta o mestrando.

A expectativa da coordenadora é que as atividades do primeiro dia motivem os participantes a voltarem. “Nós colocamos os minicursos no primeiro dia para que os participantes aproveitem mais. A ideia é que os temas sejam acessíveis e façam sentido para as pessoas. Tem um minicurso que será sobre o que se deve fazer ao encontrar um inseto hematófago, como pegá-lo, guardá-lo e para onde levá-lo. Algo que toda a sociedade deve saber”, explica a coordenadora. 

Os participantes acompanharão palestras sobre o cenário da doença no estado de Mato Grosso do Sul, diagnóstico do Trypanosoma cruzi, e uma palestra sobre o potencial de estudos in silico  para o combate das doenças negligenciadas. “Aqui no Estado há carência sobre os estudos e levantamentos sobre a doença e sobre a ocorrência de vetores (insetos) infectados pelo agente causador”, justifica a coordenadora.

A organização do evento é realizada por professores, estudantes de graduação e pós-graduação vinculados ao Grupo de Pesquisa de Ensaios Biológicos com Trypanosoma cruzi e do Laboratório de Imunologia, Biologia Molecular e Bioensaios, do Inbio.