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Relatora de tortura da ONU insta Reino Unido a não extraditar Assange por riscos de suicídio

Carta ao país é enviada duas semanas do julgamento do último recurso para evitar extradição

7 FEV 2024 • POR Media Talks • 15h00
Painel em frente à penitenciária Belmarsh, Londres, onde Julian Assange está presoPainel em frente à penitenciária Belmarsh, onde Julian Assange está preso - Divulgação Don't Extradite Assange

Londres – A  Relatora Especial da ONU sobre Tortura, Alice Edwards, instou nesta terça-feira (6) o Reino Unido a suspender a possível extradição de Julian Assange, fundador do Wikileaks, que está preso no país, para os Estados Unidos.

O processo de extradição está na reta final, com o julgamento do último recurso marcado para os dias 20 e 21 de fevereiro no Supremo Tribunal de Londres.

Edwards apelou às autoridades britânicas para que considerem o apelo do ativista com base em receios de que, se extraditado, ele corre o risco de ser tratado com tortura ou outras formas de maus-tratos e punições, e que sua saúde está fortemente debilitada.

A relatora afirmou que Julian Assange, que tem nacionalidade australiana, sofre de um transtorno depressivo recorrente e de longa data, e que avaliações médicas apontaram o risco de suicídio.

Se for extraditado, ele pode ser condenado a até 175 anos de prisão, penas somadas dos 18 processos movidos pelo governo dos EUA devido ao vazamento de documentos confidenciais das guerras do Iraque e do Afeganistão pelo site Wikileaks.

O caso se transformou em uma batalha pela liberdade de imprensa, pois a condenação representaria precedente para outros processos envolvendo a publicação de documentos vazados, e também o risco de que informantes deixem de revelar segredos de interesse da sociedade à mídia.

O lema das campanhas pró-Assange é “jornalismo não é crime”.