Memória

Na década de 50, venda de picolé passou a ser tabelada em Dourados

Dentre esses estabelecimentos estava o Bar Pinguim, que foi ponto de encontro da sociedade por várias décadas

6 JAN 2024 • POR Vander Verão • 13h15
Bar Pinguim, no final da década de 50, em Dourados - Acervo familiar/Aquino Corrêa

No inverno de 1958, o jornal O Progresso publicou um informe “Aviso à Praça”, de donos de bares e sorveterias de Dourados, informando que, a partir do dia 1º de agosto daquele ano, os preços de picolés e sorvetes seriam aumentados (e tabelados).

    A medida foi tomada “devido ao aumento do preço da matéria prima para o fabrico” desses produtos. O preço do picolé passou a ser de Cr$ 2,00 (dois cruzeiros) a unidade.

   Assinaram o comunicado os proprietários do Cinelândia Bar (Wilson dos Santos Veríssimo); Bar Brasil (Adolfo Alves Teixeira); Bar Nobori (Harimitsui Nobori); Bar Assaí (Eiti Sakaguti); Bar Bandeirante  (Dameu Fonseca Bitecout); Solar da Alegria (Manuel D. Almeida e Silva); e Bar Pinguim (João Nocera).

“Creio que tudo que faz parte da nossa história é importante. O curioso disso é que tabelamento de preços, em geral, é iniciativa de governos, como forma de controlar um surto inflacionário. Neste caso, sob o argumento de aumento de custos, os proprietários resolveram fazer seu próprio tabelamento - o que hoje seria considerado um cartel. Seria o ‘cartel dos picolezeiros’ de Dourados, nos anos 1950...?’”, comentou e indagou o jornalista Aquino Corrêa, colaborador do O Progresso.

Bar Pinguim

Dentre esses estabelecimentos comerciais, o Bar Pinguim, por exemplo, que foi um importante ponto de encontro da sociedade douradense, funcionou no mesmo local, na Rua Firmino Vieira de Matos, esquina com Avenida Marcelino Pires, durante várias décadas.

O Bar Pinguim teve vários proprietários. Um deles, Pedro Corrêa da Silva, tocou o empreendimento apenas por seis meses, no final da década de 50. Era fazendeiro em Rio Brilhante, lembra o seu filho, o jornalista e auditor fiscal aposentado, José Aquino Batista Corrêa.

Fechando as portas

Na edição do dia 18 de maio de 2010, o jornal A Folha de Dourados publicou um artigo do jornalista Waldemar Gonçalves, o Russo, informando que o Bar Pinguim, depois de 22 anos sob o comando de Virgilio Salmazio”, “estava encerrando as atividades naquele local” e que deveria “ser reaberto em outro endereço”.

Atualmente, no local onde existia o Bar Pinguim funciona uma loja especializada em  venda de produtos de telefonia.

Referência

Ao longo das décadas, o Bar Pinguim, além de ser um ponto de encontro da sociedade douradense, também, era citado como referência para localização de endereços de profissionais liberais e de empresas, o que pode ser constatado nas páginas de O Progresso.

É o que acontece, hoje, por exemplo, com  o Monumento ao Colono, conhecido popularmente como a “Mão do Braz”, uma referência infalível que, aliás, fica perto onde existiu o “Marco do Cimento”, um poste de concreto que indicava a divisa do núcleo urbano da cidade de Dourados com a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND). E que sumiu!