Legislação e prevenção de crimes

Estudo mostra impacto da pandemia sobre rotas de cocaína no Brasil

Unodc lança série tráfico regional e transatlântico do entorpecente; Brasil está no caminho do contrabando da América do Sul para África e Europa

26 JUL 2022 • POR ONU News • 15h15
Brasil está na rota do tráfico da droga da América do Sul para Europa e África - Unodc

Em todo o mundo, a produção global de cocaína alcançou níveis recordes de 1.982 toneladas em 2020.

As rotas do tráfico internacional são determinadas por locais de produção e consumo. E o Brasil está na rota do tráfico da droga da América do Sul para Europa e África.

Fechamento das fronteiras e apreensões recordes

Mas medidas de combate à crise global de saúde causada pela Covid-19 parecem ter influenciado a produção global de cocaína e seu fornecimento no Brasil e arredores.

A constatação é de um estudo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, divulgado na semana passada.
Com a pandemia e o fechamento das fronteiras para conter a Covid-19, a consolidação interna, redistribuição e gerenciamento de estoques da droga dentro do Brasil foram impactados de forma negativa.

O tema é o quarto a ser debatido na série “Cocaine Insights” do Unodc e do Centro de Excelência para a Redução do Fornecimento de Droga Ilícita no Brasil, CoE.

Cadeia regional e transatlântica e distribuição da droga

 A publicação mostra mudanças no tráfico de drogas e nos padrões do crime organizado por meio de novos contextos da pandemia em relação à cadeia regional e transatlântica de produção e distribuição da cocaína.
 
A compilação também descobriu que atividades, afetadas por medidas legais contra a Covid-19, interromperam a ação dos grupos do crime organizado, atingiram o curso de cocaína e maconha. 
 
As medidas também induziram transformações nas modalidades do tráfico, entre outros impactos, sobre o comércio da cocaína no Brasil e na região.
 
As providências tomadas pelo fechamento permitiram a aplicação da lei e a dedicação de mais recursos para apreensão de drogas. 

 Estados do oeste do Brasil e fronteiras com países sul-americanos

 Com isso, subiram os números de várias apreensões de cocaína e cannabis. 
 
O relatório também detalha o alargamento da entrega de maconha pelo país inteiro, enquanto o impacto sobre a cocaína variava pelos estados, apesar de uma queda geral nas quantidades apreendidas.
 
Os dados sobre apreensão de carregamentos de cocaína indicam que desde o início da pandemia, os estados do oeste do Brasil viram uma tendência de aumento de cocaína. 
 
Já os estados do leste registram uma onda de queda combinada à baixa de volumes de portos marítimos fora do país.