Ajuda humanitária

Escassez de chuvas coloca 50 milhões de africanos em risco de fome

Autoridades da África Oriental destacam efeitos de alterações climáticas e do fenômeno La Niña

22 JUL 2022 • POR ONU News • 18h45
Aumento regional de pessoas com altos níveis de insegurança alimentar aguda será de 8 milhões - Unicef/UN0639245/Sewunet

Mais de 50 milhões de pessoas devem enfrentar insegurança alimentar aguda na África Oriental em 2022. A Autoridade Intergovernamental sobre o Desenvolvimento, Igad, emitiu um alerta com foco em crises regionais soando o alarme sobre a escalada da insegurança alimentar e da desnutrição.

Os dados apresentados em Addis Abeba, Etiópia, destacam a previsão de altos níveis de fome em sete países: Djibouti, Etiópia, Quênia, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Uganda. A produção do relatório envolveu o Programa Mundial de Alimentação, PMA, e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO.

Agricultura e pecuária 

O relatório ressalta a realidade crítica especialmente em regiões somalis e sul-sudanesas onde 300 mil pessoas vivem em situação de catástrofe. A fome deve ocorrer em oito áreas da Somália até setembro se persistirem falhas na produção agrícola e pecuária, aliadas a altos custos alimentares e à falta de ajuda.

O aumento de pessoas com altos níveis de insegurança alimentar aguda será de 8 milhões quando comparado a 2021.

O coordenador sub-regional da FAO na União Africana, David Phiri, agora mais do que nunca, devem ser implementadas as respostas de curto prazo para salvar os meios de subsistência com a construção de resiliência de longo prazo. A meta é abordar as causas profundas das crises alimentares na região.

Em março, as alterações climáticas e o fenômeno La Niña causaram a seca sem precedentes que atravessou diferentes estacoes que até maio. A escassez de chuvas tem sido a pior em 70 anos.

Conflito 

As autoridades regionais chamam a atenção para o iminente fracasso da quinta temporada consecutiva, com as últimas previsões assinalando índices pluviométricos abaixo da média entre outubro e dezembro próximos.

A situação é agravada por conflitos, extremos climáticos, choques econômicos, alta de preços de alimentos agora exacerbados pelo efeito do conflito na Ucrânia sobre os preços de produtos e da energia.

No ano passado, 22% do número global de pessoas em situação de crise ou pior. Cerca de 10 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda.