Economia

Incerteza da economia brasileira volta a subir em junho, diz Ibre

Indicador destaca piora no cenário fiscal, aumento de preços e proximidade das eleições como influências para o resultado negativo

30 JUN 2022 • POR CNN • 17h45

A incerteza com a economia do Brasil voltou a crescer em junho. Neste mês, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre / FGV), subiu 0,5 ponto.

Com o resultado, o indicador atingiu os 116,4 pontos, conforme divulgado nesta quinta-feira (30).

A subida reflete aumento da incerteza. O estudo aponta que o desempenho desfavorável foi influenciado, em especial, por aspectos macroeconômicos, como o aumento de preços no período.

“A piora do cenário fiscal, que voltou a ser destaque na economia, a inflação persistente e disseminada no Brasil e no mundo, as incertezas em relação ao crescimento mundial e a proximidade das eleições presidenciais contribuem para o resultado”, enfatiza Anna Carolina Gouveia, coordenadora do indicador.

A economista também destaca o comportamento do IIE em comparação com os períodos anteriores. “O indicador se mantém em patamar moderadamente elevado, 1,4 ponto acima da elevada média de 115 pontos observada entre julho de 2015 e fevereiro de 2020, último mês antes do impacto da pandemia de Covid-19″, pondera.

A pesquisadora explica que, ainda que não se tenha um valor máximo ou mínimo de referência, o padrão é sempre girar em torno dos 100 pontos. Quando o índice está nesse nível, significa um cenário moderado. Isto é, a incerteza com a economia não está nem alta nem baixa.

Para realizar o levantamento, a pesquisa colhe dados dos principais jornais brasileiros e do mercado financeiro. O indicador é formado por dois componentes: o IIE-BR, que avalia a frequência com que a incerteza econômica é mencionada no noticiário. Ele subiu 0,6 ponto nesta edição e chegou a 114,7 pontos no agregado.

Já o IIE-Br Expectativa é responsável por mensurar a variação das previsões de analistas econômicos em relação à inflação, taxa de câmbio e de juros no ano seguinte. O componente se manteve estável em 116,4 pontos.

Na metodologia, o primeiro componente tem participação de 80% no resultado final, enquanto o segundo contribui com 20%.