Neste final de semana

Com projeto ´Aqui, Ali e em Todo Lugar´, Cia Dançurbana traz dança e oficina para Dourados

Companhia também realiza uma ação/apresentação de intercâmbio cultural com a comunidade indígena

27 ABR 2022 • POR Assessoria • 10h33

Na sexta-feira (29) e no sábado (30), a Cia Dançurbana realiza em Dourados-MS o projeto ´Aqui, Ali e em Todo Lugar´. Na sexta, das 14h às 18 horas, será realizada uma oficina de dança para arte-educadores e professores, na quadra de esportes da UFGD - Unidade 1 e, de noite, às 20 horas, a companhia apresenta os solos ´Talvez seja isso´ e ´Dançar as fúrias´, no Casulo - Espaço de Cultura e Arte. No sábado, às 9 horas, será realizada uma ação/apresentação de intercâmbio com a comunidade indígena de Amambaí, também no Casulo. O projeto está sendo realizado com o incentivo do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC/MS), da Fundação de Cultura de MS (FCMS), do Governo do Estado de MS.

Além de fomentar a formação de arte-educadores e professores da rede pública de ensino com a oficina ´Que dança se dança na escola?´, o projeto ´Aqui, Ali e em Todo Lugar´ busca levar espetáculos de dança para a comunidade, aproximando crianças, jovens e adultos das Artes, oportunizando o acesso à cultura e abrindo um novo horizonte de possibilidades. 

Solos transitam entre questões de gênero, feminismo, artes visuais... Até a transversalidade de linguagens

O Projeto Singulares/Mostra de Solos da Cia Dançurbana foi criado com o intuito de despertar a autonomia dos intérpretes-criadores, incentivando-os em seus processos criativos, a falarem de seus desejos e de suas questões. No solo ´Talvez seja isso´, que tem classificação livre, Jackeline Mourão mergulha em todos os processos criativos pelos quais já passou trazendo para cena suas memórias de arte-vida. 

A criação do solo teve como mote inicial a história de vida da intérprete, as relações com as mulheres da família e essas memórias. Um processo inacabado que atinge a inquietude, a crítica, a curiosidade. Sobre se perder e alcançar limites e potencialidades. Sobre um corpo capaz de ser o que é: semelhança, singularidade, fragilidade. Investigando as fronteiras, expandindo-se, deixando à mostra as imperfeições. Um gosto de coisas que explodem, aparecem e ressignificam. A intérprete-criadora Jackeline movimenta-se: pequena/grande; frágil/forte; selvagem buscadora/delicado ser. Uma tensão tão violenta que explode e rompe a resistência. Talvez frágil seja ser uma flor, talvez seja ser uma bomba. Talvez seja isso... 

Em ´Dançar as fúrias´, que tem classificação de 16 anos, o intérprete-criador Ralfer Campagna se apresenta, performa a respeito das pessoalidades. Expõe-se. Este corpo que quer ser o que quiser. Quer despir-se de rótulos fechativos. Quer celebrar. Por sob as opressões, sobreviver, viver, (re) existir. Um corpo assim que festeja com o que restar. 

“O solo foi construído a partir de um desejo pessoal e coletivo, partindo da minha experiência, de processos identitários e trazendo um recorte de questões sobre sexualidade e gênero para a cena, colocando o corpo em jogo com essas construções sociais e trazendo esses conflitos, essa festa, esse prazer e estranhamento que é se expressar e se expor. É um trabalho em que mostro essas transformações, esses encontros afetivos e densos. Busco uma relação com o público para que haja uma cumplicidade no olhar de se reconhecer no outro e perceber a sua potência, o que você pode ser, o que você é, o que pode surgir do encontro, sem rótulos”, explica Ralfer.

Cia Dançurbana fará intercâmbio cultural com Grupo de Dança Arandu

Além da realização da oficina e das apresentações dos solos, em Dourados também haverá uma ação/apresentação de intercâmbio com a comunidade indígena de Amambaí. O Casulo - Espaço de Cultura e Arte tem experiência com comunidades Kaiowá e Guarani no campo cultural. Grupos e indivíduos indígenas tem pedido a realização de encontros onde eles possam mostrar suas expressões culturais, suas criações e recriações. A iniciativa do Casulo busca promover o intercâmbio nas comunidades indígenas e no seu espaço, com artistas indígenas e não indígenas em prol de uma experiência intercultural e reconhecimento mútuo. 

O Grupo de Dança Arandu está reiniciando seus trabalhos, com novos integrantes, após ricas experiências nos anos anteriores. Seu fundador e professor, o professor kaiowá Ismael Morel virá até Dourados com 10 jovens kaiowá de seu grupo e aqui se encontrará com a Cia Dançurbana de Campo Grande para oficinas, aula de técnica e composição, intercâmbio de experiências, sonhos e apresentações. 

Além de Dourados, o projeto já passou por Nova Alvorada do Sul, Sidrolândia e Rio Brilhante. Em breve serão apresentados espetáculos em Campo Grande. Mais informações em www.dancurbana.com.br/, Fanpage ou pelo Instagram.

Realização:
Cia Dançurbana

Apoio Cultural:
Coordenadoria de Cultura
Pró-Reitoria de Extensão e Cultura
Universidade Federal da Grande Dourados

Investimento:
Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC/MS)
Fundação de Cultura de MS (FCMS)
Governo do Estado de MS