Meio ambiente

Número de focos de incêndios no Pantanal é 63% menor este ano

Após desastre natural de 2020, uma série de investimentos foi feita este ano para mitigar os efeitos negativos das queimadas

12 DEZ 2021 • POR • 08h00
2020 foi o ano que a situação chegou ao nível de catástrofe ambiental em MS - João Prestes

O número de focos de incêndios no Pantanal de janeiro a novembro deste ano foi 63% menor do que o verificado no mesmo período do ano passado. Os dados são do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) catalogados pelo CEMTEC/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). Foi a redução mais significativa de focos de calor em todos os biomas do país, muito acima do registrado na Amazônia, por exemplo, que teve queda de 26%.

De janeiro a novembro do ano passado, foram registrados 21.893 focos de incêndios no Pantanal. A situação chegou ao nível de catástrofe ambiental com mais de 1 milhão de hectares de vegetação queimados, causando perdas irreparáveis para a flora e fauna locais. Nesse ano o governo do Estado tomou medidas preventivas que se mostraram eficazes não só para evitar o início de incêndios, como para combater as chamas antes de se alastrarem. O resultado: de janeiro a novembro foram registrados 8.110 focos, ou seja, 63% a menos do que ocorreu no mesmo período do ano passado.

O ano de 2020 foi disparado o que teve mais ocorrências de queimadas no Pantanal desde 1998, quando esse fenômeno passou a ser monitorado. Os recordes anteriores foram em 2002 e 2005, com cerca de 15 mil focos registrados. Em 2019 a situação já apontava para um aumento em consequência das condições climáticas (estiagem prolongada e altas temperaturas), atingindo 10 mil focos. Nesse ano a situação retroage para níveis consideráveis, embora ainda esteja acima de 8 mil focos em todo bioma.

Em 2021, o mês de setembro apresentou o pico de incêndios no Pantanal com quase 3 mil focos. Porém desde junho, com início da estiagem, a situação já mostrava piora. Em outubro começou a redução no número de focos e em novembro, com a volta da regularidade das chuvas, a situação se normalizou.

Medidas
O governo do Estado investiu mais de R$ 56 milhões em equipamentos e ações de prevenção e combate aos incêndios florestais, e também para mitigar os efeitos negativos das queimadas. Destaca-se a aquisição de uma aeronave específica para combate a incêndios, além de mais viaturas e materiais para equipar o Corpo de Bombeiros.

Entre as medidas adotadas nesse ano estão a proibição de quaisquer tipos de queimadas, mesmo aquelas controladas e com autorização do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), a partir de julho, quando a situação já começava a preocupar. No início de novembro o Imasul retirou a proibição de queimadas controladas de todo Estado, mantendo a regra apenas na planície pantaneira até o fim do ano.

Ao mesmo tempo, equipes do Corpo de Bombeiros e brigadistas providenciavam o mapeamento de estradas e acessos; aceiros; orientação nas propriedades rurais; vistoria em pontes de madeira; verificação de pista de pouso e fontes de captação de água; formação de brigadas; e monitoramento constante dos focos de calor para se antecipar a uma situação de catástrofe como verificado em 2020.