Rural

A brasileira que descobriu forma das plantas gerarem seu próprio adubo

A técnica consiste em introduzir as bactérias nas sementes de soja

27 NOV 2021 • POR • 14h00
Johanna Döbereiner, cientista brasileira mundialmente conhecida - Divulgação

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Parte desta conquista é devida a Johanna Döbereiner, cientista brasileira mundialmente conhecida por ter descoberto uma metodologia que permite plantas gerarem seu próprio adubo quando interagem com uma bactéria específica. A técnica tornou o Brasil um dos maiores produtores de grãos e economizou aproximadamente R$ 11 bilhões por ano com uso de fertilizantes químicos.

Em 1950, Johanna imigrou para o Brasil com sua família da Tchecoslováquia, hoje República Tcheca e a Eslováquia. Em 1956, ela e o marido se naturalizaram brasileiros. Durante sua vida, liderou pesquisas de microbiologia do solo a partir da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, até o final de sua vida, em 2000. Uma de suas maiores conquistas foi demonstrar que é possível eliminar o uso de fertilizantes químicos poluentes e caros na agricultura, utilizando a própria natureza.

Seus estudos encontraram uma forma de usar as Bactérias Fixadoras de Nitrogênio, descobertas em 1901 pelo microbiologista Martinus Beijerinck, a serviço da agricultura – mais especificamente na cultura de soja. A técnica consiste em introduzir as bactérias nas sementes de soja, que, quando começam a germinar, produzem nódulos nas raízes da planta que funcionam como usinas para a extração de nitrogênio do ar.

Suas descobertas comprovam que os fertilizantes químicos são substituíveis. Assim, foi possível reduzir os custos de produção, o que ajudou a transformar a soja nacional em um dos principais produtos de exportação do Brasil. Segundo o Embrapa, a fixação biológica de nitrogênio no plantio da soja gera uma economia de R$ 11 bilhões por ano com adubos químicos para o país.