Política

Operação mira vereadora acusada de crime em prestação de contas

Daniela Hall teve documentos e celular apreendidos; ela nega denúncia de repasse de dinheiro aos candidatos a vereador do mesmo partido em 2020

19 NOV 2021 • POR • 15h30
Daniela Hall alega que as prestações de contas estão aprovadas e que o denunciante terá que provar acusações - Reprodução

Operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (18) em Dourados mira a vereadora e líder do prefeito na Câmara, Daniela Hall (PSD). Denominada “A verdade vos libertará”, a investigação apura suposta prática de crimes eleitorais ocorridos durante o pleito de 2020 para o cargo de vereador em Dourados. Daniela, que teve celular e documentos apreendidos, nega a acusação.

As investigações tiveram início em julho deste ano, a partir de solicitação do Ministério Público Eleitoral com informações a respeito da suposta prática do crime de falsidade ideológica nas prestações de contas de campanha de alguns candidatos. Foi um candidato a vereador do mesmo partido de Daniela que ofereceu a denúncia. 

Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Eleitoral com a finalidade de buscar provas necessárias às investigações. Os policiais foram na Câmara, na casa de Daniela, que é presidente do PSD, além de ex-candidatos que disputaram a uma vaga da Câmara junto com ela. Apenas Daniela foi eleita no partido.

Ex-candidato a vereador do PSD, Júnior do Nascimento Leiva foi quem procurou a Justiça Eleitoral e ofereceu denúncia contra Daniela. Na denúncia ao Ministério Público, informou que ele e os demais candidatos do partido teriam sido orientados pela parlamentar a não declarar valores disponibilizados pelo partido na prestação de contas. Contudo, a vereadora nega, diz que não repassou nenhum dinheiro e que Leiva terá que provar.

À imprensa, Daniela disse que ela e os demais candidatos do PSD já haviam sido ouvidos pela Polícia Federal e que se fosse pedido documentos, teria entregue. A parlamentar criticou a operação e a classifica como “pirotécnica”, para chamar a atenção.

A vereadora disse ainda que seis policiais foram até a casa dela, no jardim Água Boa, e que não havia nenhuma policial mulher. “Eles foram respeitosos, mas violaram uma prerrogativa minha, de advogada, de ter representantes da OAB [para acompanhar o caso]. A OAB só soube pela imprensa”, informou. “Fica aqui a minha indignação”, desabafou a parlamentar durante coletiva à imprensa. Daniela questionou ainda que estava com vestimenta íntima quando os federais acordaram ela e foi impedida de trocar de roupa.

Daniela Hall informou que não existe procedimento judicial sobre o caso e sim investigação. “As contas do partido foram aprovadas sem ressalva e a minha também, então, para o partido não tem o que ser feito. Temos que esperar a investigação para saber qual é a acusação e que tipo de provas possam ter coletado hoje”, informou.

A vereadora reafirmou que a denúncia de Leiva não procede, de entrega de dinheiro aos demais candidatos do partido. Ela acredita que houve descontentamento geral por parte deles, pois havia promessa do PSD, de recursos, mas não aconteceu. Conforme a vereadora, isso causou constrangimento e dissabores com alguns candidatos que se sentiram desprestigiados.