Brasil

Criadora do Enem cobra “apuração jurídica” sobre interferência de Bolsonaro na prova

16 NOV 2021 • POR Diário do Centro do Mundo • 14h00

Em entrevista ao UOL, a idealizadora do Enem e ex-presidente do Inep, Maria Inês Fini, cobrou uma investigação sobre a nova declaração absurda do presidente Jair Bolsonaro.

Em Dubai, Bolsonaro afirmou nesta segunda (15) que vai interferir no Exame Nacional do Ensino Médio.

“O que eu considero muito também: começam agora a ter a cara do governo as questões da prova do Enem”, disse ele.

Maria Inês Fini pediu uma “apuração jurídica” a respeito da fala de Bolsonaro.

“Baseado em quê ele fez essa afirmação? Alguém vai ter que dizer o fundamento dessa afirmação. Tem que ter apuração jurídica”, declarou.

Ela tentou tranquilizar os estudantes dizendo que não haverá muitas mudanças na prova. “O exame está dentro da configuração do contexto geral que o Enem sempre se apresentou. Quem pode mais, seguramente vai poder o menos”, afirmou.

Deputados preparam reação após Bolsonaro confirmar interferência no Enem

Após Bolsonaro confirmar que que vai interferir no Enem, deputados da comissão de Educação da Câmara pretendem convocar ministro da Educação, Milton Ribeiro, para dar explicações sobre a demissão coletiva no Inep, órgão responsável pelo exame.

O pedido deve ser votado em sessão desta terça-feira (16) na comissão. A presidente do comitê, deputada professora Dorinha, afirmou que o ministro “já se comprometeu a ir”.

O requerimento, que havia sido pedido por mais de três parlamentares na semana passada, ganhou força após servidores do Inep afirmam que sofreram pressão psicológica e vigilância velada na formulação do Enem 2021 para que evitassem escolher questões polêmicas que eventualmente incomodariam o governo Bolsonaro.