Sem materiais básicos nos postos, Alan quer gastar R$ 364 mil no 'Dourados Brilha'

Sem materiais básicos nas unidades de saúde como gaze, esparadrapo, luva, papel toalha, equipos (suporte que vai no soro), descarpack (caixa coletora para agulhas e seringas), lençol ginecológico e até sabonete para lavar as mãos, o prefeito Alan Guedes quer contratar empresa no valor até R$ 364.624,09 para realizar o 'Dourados brilha', evento natalino batizado pelo ex-prefeito Murilo Zauith.

O edital (veja aqui) para contratação de empresa, com a proposta de deixar a cidade iluminada na região central, já que bairros estão na escuridão, embora os douradenses pagam todos os meses a taxa de iluminação pública, foi publicado no Diário Oficial do Município na última segunda-feira (18).

Dois dias depois, no dia 20, os servidores da saúde foram protestar na prefeitura, não contra o Dourados Brilha, mas sim contra o descaso que a prefeitura tem feito com a saúde. Eles tinham expectativa que a atual gestão seria "diferente".

Conforme noticiou o Dourados Agora, a presidente do Sindenf (Sindicato de Enfermagem da Grande Dourados), Elizabeth Pereira Neto Oliveira, deixou claro durante discurso que os profissionais da saúde não vão mais tirar dinheiro do próprio bolso para comprar os materiais básicos da saúde.

Se não fosse por eles, os postos de saúde e a UPA já teriam deixado de atender a população. "Chega de tapar o sol com a peneira, chega. Nós servidores estamos preocupados com a população, mas será que os gestores estão? Acho que não, porque damos jeitinho de salvar eles, mas agora isso não vai acontecer", declarou Elizabeth, ao informar que os servidores não vão mais comprar gaze, esparadrapo entre outros materiais de curativo. Nos setores administrativos, os servidores têm comprado folha de sulfite e tinta de impressora para imprimir resultado de exames.

Os servidores da saúde já se reuniram com a Secretaria de Saúde e o prefeito, contudo, o órgão e ninguém da prefeitura tem se pronunciado quando será comprado os insumos para a saúde. Pacientes poderão ficar sem atendimento nos próximos dias, pois sem materiais básicos, serão dispensados a voltar para casa.