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Associação Abraço pede doações para famílias atípicas de Dourados

Entidade afirma que nos últimos 3 meses aumentou a procura por assistência

25 JUL 2021 • POR Gracindo Ramos, especial ao Jornal O Progresso • 10h00
Pais de criança com paralisia cerebral precisam de ajuda - Divulgação/Abraço Atípico

A Abraço a Paralisia Cerebral-Abraço Atípico (Associação Assistencial, Social e Educacional às Famílias Atípicas de Mato Grosso do Sul) foi criada no ano passado em Dourados (MS), no contexto da pandemia. A entidade reúne famílias com crianças portadoras de paralisia cerebral e síndrome associadas. Essas famílias atípicas encontram dificuldades com planos de saúdes e também com o sistema público de saúde, para garantir os direitos básicos dos filhos atípicos ao tratamento clínico especializado e contínuo. 

O idealizador da associação, Antonio José Moraes, em entrevista ao jornal O PROGRESSO, conta que “nesses últimos três meses aumentou ainda mais a procura de famílias atípicas (não só de Dourados, mas de outros municípios) por doações, por conta de necessidades. Não só na questão de leite, dietas, insumos, medicamentos, por questões econômicas e ausência do poder público, como também a questão de alimentos”. 

Ele explica que, durante o lockdown na cidade, a Abraço prestou assistência às famílias atípicas de Dourados e região, sendo 20 famílias assistidas somente na cidade. Com apoio da Guarda Municipal, do vereador Olavo Sul e de uma família da cidade de Fátima do Sul (MS), Antonio esclarece que a associação conseguiu distribuir 28 cestas básicas grandes durante o período de maior vulnerabilidade das famílias. 

As dificuldades

“Temos uma família que gasta mais de R$ 500 por mês somente com sondas de aspiração, sem mencionar que a dieta especial da criança que tem mielomeningocele, paralisia cerebral e faz uso de gastrostomia e traqueostomia custa R$ 150 reais a lata de 400 gramas. O pai é o único provedor da família e está desempregado há mais de dois anos. Quando consegue trabalhar, é na diária. Essa mesma família não é atendida pela URMI (Unidade de Regulação de Medicamentos e Insumos), pois há vários meses o município não fornece medicamentos, insumos e dietas adequadas e específicas para essa criança”, diz um dos relatos da associação sobre a situação de uma das famílias atípicas.

O mesmo vale para muitas outras crianças atípicas, pois é necessário ressaltar que cada caso é especifico, havendo algumas vezes o fornecimento esporádico de alguns insumos e medicamentos. “Temos outra família de venezuelanos, em que o pai trabalha na Seara, e a criança tem hidro anencefalia e paralisia cerebral e faz uso de 3 caixas Vigabatrina (Sabril) por mês. O município, quando fornece, é uma ou dois caixas. Cada caixa custa R$ 290,00. A mesma família paga água, luz e aluguel com a única renda do pai”, explica Antonio.

O ativista e pai de família atípica esclarece também que “fazemos promoções para arrecadar fundos para custear consultas, exames e insumos para que nossos filhos atípicos não venham a falecer, como já aconteceu, porque a burocracia e a insensibilidade de algumas autoridades constituídas pesam muito mais do que a vida dos nossos pequenos. Assim como nesse triste período de pandemia, estamos também assistindo às nossas famílias em suas necessidades mais básicas, pois o poder público se calar diante daquilo que nós vivemos diariamente”.

SERVIÇO - Contato: 67 98404-9824 (Antonio); E-mail: abracodds@gmail.com; Redes Sociais: www.facebook.com/ abracoatipico / www.instagram. com/abraco_pc.

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