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Sem Plano de Manejo, capivaras de Parque viram questão de saúde pública

Animais fogem de parque por meio de buracos em telas de proteção

25 JUL 2021 • POR Rozembergue Marques • 08h00
Atual gestão ainda não divulgou um plano de manejo para as capivaras - Flávio Verão

Sem predadores naturais e com capacidade de reproduzir duas vezes por ano até 8 filhotes, as capivaras que vivem no parque Arnulpho Fioravanti passaram de simples moradoras a motivo de preocupação. Como o capim - uma das opções de alimento - está seco por causa do clima, os bichos estão saindo dos limites do parque e caminhando por ruas próximas. Essa situação aumenta com o “pasto” seco, mas se registra em outras estações.

A situação do parque contribui para essa “farra” das capivaras. Na área que ladeia a Agecold, vândalos cortaram um pedaço da tela que cerca o parque e criaram um “portão”, no qual é possível passar até um veículo de grande porte. O portão é usado pelas capivaras e também pela turma do pedal, que criou trilhas em vários pontos do Parque, e por outros frequentadores. Entrando-se de carro pelo portão, uma estrada que passa atrás da sede do Instituto Municipal do meio Ambiente (IMAM) é possível acessar a Rua Coronel Ponciano.

No caso das capivaras a preocupação é o carrapato estrela. A capivara é um dos hospedeiros do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), o qual transmite a doença Febre Maculosa Brasileira (FMB). A doença é transmitida por esses carrapatos, que funcionam como reservatórios da bactéria Rickettsia rickettsii, que são microrganismos que causam a FMB. Se pegar o ser humano, pode contaminar com a febre maculosa, uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. A doença pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade.

Já se pensou em várias alternativas para o manejo das conhecidas “capivarinhas” do Arnulpho Fioravanti. “Nós estamos iniciando um estudo para fazer o manejo desses animais porque, realmente, a população de capivara aumento muito nos últimos anos Nós estamos iniciando esse estudo até mesmo para ver a disponibilidade de levar esses animais para um outro local com autorização da Polícia Militar Ambiental”, disse Fábio Luís da Silva, diretor do Imam na gestão anterior. A atual gestão ainda não tem um Plano de Manejo especifico para as capivaras.