Meio Ambiente

Onda de calor matou mais de 1 bilhão de criaturas marinhas

12 JUL 2021 • POR Olhar Digital • 17h00
Mexilhões foram cozidos dentro de suas conchas - Christopher Harley

À medida que a onda de calor na região do noroeste do Pacífico diminui, e os termômetros apontam temperaturas mais baixas, um cenário cada vez mais catastrófico vai sendo deixado para trás. Agora, cientistas estimam que mais de um bilhão de criaturas marinhas morreram em decorrência do aumento repentino da temperatura das águas do local.

As criaturas marinhas que perderam mais indivíduos em decorrência da onda abrupta de calor foram os mexilhões, que, segundo os pesquisadores, foram cozidos vivos dentro de suas conchas. Além deles, estrelas do mar morreram desidratadas e salmões não conseguiram nadar por conta do superaquecimento das águas dos rios.

O biólogo marinho da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, Christopher Harley, descreveu o cenário como “pós-apocalíptico”. Para estimar o número total de mortes, o professor examinou uma região específica na busca de mexilhões azuis e outros animais que vivem nesses canteiros. A partir dessa contagem, ele chegou a um número de mais de um bilhão de criaturas.

Resgate de animais
Como resposta a tragédia ambiental, organizações governamentais precisaram remover fisicamente algumas criaturas marinhas que sobreviveram para locais com água mais fria. Um exemplo de ação desse tipo foi realizada pela Agência de Caça e Pesca de Idaho, que levou salmões vermelhos de rios superaquecidos para aquários.

Para alguns peixes, porém, esse resgate não foi possível, como é o caso do salmão chinook, muito comum no vale central da Califórnia, onde a água deve ficar quente demais para que os ovos e os filhotes consigam sobreviver. Segundo o biólogo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA, Jonathan Ambrose, o índice de mortalidade desses salmões pode chegar a mais de 90%.

Para alguns pesquisadores, eventos como esse são bastante desanimadores, contudo, eles esperam não se deixar abalar e encontrar algum ponto positivo dentro de uma tragédia ambiental tão grande. Para Christopher Harley, é necessário não ficar muito deprimido ou se sentir oprimido, porque isso pode lhes tirar a vontade de continuar tentando salvar os animais, o que não pode acontecer.