Voante: um rastro poético ou uma ode à imaginação

Curta metragem nasce como um grito de um artista na busca por conseguir uma carga extra de vida, que possa permitir comunicação com arte em tempos de pandemia

Voante é um curta metragem de arte, concebido a partir de um trabalho em artes visuais do artista douradense Raique Moura. O trabalho foi construído em parceria com artistas das artes cênicas e do audiovisual. O resultado é um experimento interartes, onde se une artes visuais, teatro, cinema e literatura. 

Criada a partir da experimentação entre a relação artista e obra, “Voante: Um rastro poético ou uma ode à Imaginação” é um curta-metragem de arte, resultado do projeto “Voantes ou desmantelos poéticos do cotidiano de cabeças que se lançam em voos” aprovado pelo edital emergencial Aldir Blanc, lançado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. 

Voante é um trabalho que extrapola as fronteiras interartes, ao propor uma perspectiva de relação entre corpos e obras visuais, na construção de personagens-visuais. Uma proposta de mascaramento criada por Raique Moura, motivado, também, pelo momento histórico que o mundo e, de maneira ainda mais aguda e grave, o Brasil, atravessam em relação à pandemia. Em “Voante – um rastro poético ou uma ode à imaginação”, as ilustrações de personagens, estranhamente distorcidos, marca já registrada na identidade visual de Raique Moura, saem do papel e ganham vida em uma performance que discute [pensa/ imagina] o próprio ato criativo. Como anda o isolamento do seu corpo? Como anda sua imaginação? Como anda o isolamento por dentro de você? Será real? Será tudo uma ilusão? Como anda a sua cabeça? 

Raique Moura define a obra. “É um trabalho autoral, onde brinco com o universo visual em vários campos das linguagens artísticas (campos esses que tenho contato nos meus trabalhos do dia-a-dia), esse trabalho nasceu, mesmo que inconscientemente, durante um workshop sobre mascaramento que ofertei no início do ano. Nesse curso criei a primeira máscara “Voante” para, a partir dela, apresentar possibilidades de mascaramentos para os alunos. Portanto, desde sua criação, essa máscara começou a me dar indícios de que poderia se tornar algo maior. Algo que conseguisse alcançar mais pessoas e, assim, estabelecer comunicação. Um produto artístico que pudesse soar como um grito artístico nesse momento que estamos atravessando no mundo. 

Ele continua. “Quando surgiu a publicação da segunda etapa da LAB (Lei Aldir Blanc) do Estado de Mato Grosso do Sul, vi a possibilidade de construir um projeto que pudesse estabelecer um diálogo interartes entre a máscara criada, e outras linguagens artísticas. Assim, em trabalho conjunto com meu companheiro Gil Esper, começamos a ver o que me movia, o que eu queria dizer através dessa máscara, inúmeras ideias foram surgindo, mas ainda não tínhamos algo concreto. Tínhamos a ideia visual do que queríamos, então partimos disso, da visualidade proposta por esse mascaramento. A produção de imagens fotográficas funcionou como mote inicial e, assim, engatamos a válvula de criação de Voante, tendo a imagem como condutora do processo”, explica.“Criar Voante durante esse processo de isolamento parece ter funcionado como um motor de um carro que havia perdido toda sua carga, mas em determinado momento alguém conecta os cabos de outra bateria como forma de dar uma vida extra para esse motor, antes descarregado, proporcionando uma vida extra para o que antes estava, frio, parado, estagnado. Voante nasce como um grito de um artista (junto com outros artistas incríveis), na busca por conseguir uma carga extra de vida, que possa permitir comunicação com arte em tempos tão sombrios. Em meio a todo o caos que estamos vivendo, Voante foi para nós, da equipe, uma fagulha de esperança no fim do túnel, e esperamos que assim seja também para quem assistir”, acrescenta. 

Serviço 
Onde: Canal do Youtube: Canal Raique Moura. 
Duração: 8 minutos e 50 segundos. 
Mais informações pelo instagram do artista: @raiquemoura