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MS registra 46 mortes por acidente de trabalho

29 ABR 2021 • POR Redação • 17h00

No ano passado, Mato Grosso do Sul registrou 46 mortes por acidentes de trabalho, um aumento de 39% em relação a 2019, quando foram notificados 33 óbitos. As profissões com mais casos foram: caminhoneiro (13), alimentador de linha de produção (3), trabalhador agropecuário (3) e tratorista agrícola (2) - o que corresponde a quase metade dos acidentes fatais de 2020. As informações são do Ministério Público do Trabalho (MPT), que lançou neste mês a campanha "A proteção contra a Covid-19 é direito e responsabilidade de todos".

As profissões com mais apontamentos de morte foram: caminhoneiro (13), alimentador de linha de produção (3), trabalhador agropecuário (3) e tratorista agrícola (2) – o que corresponde a quase metade dos acidentes fatais de 2020.

Por outro lado, o número de acidentes diminuiu 10%. Em 2020, foram 7.052 casos contra 7.854 no ano anterior. Nessa estatística, são considerados os afastamentos por doenças ocupacionais, que são classificadas como acidentes de trabalho. As doenças aumentaram 98%, saltando de 130 casos, em 2019, para 327, em 2020. As informações são do sistema para consulta on-line de dados sobre Comunicação de Acidente de Trabalho (Concat), que permite o acesso ao banco de informações da Previdência Social.

Em 2020, o Brasil contabilizou mais de 20 mil notificações de acidentes de trabalho pela Covid-19. Isso representa 4,7% do total dos acidentes do ano passado (notificações relacionadas a agente biológico). Houve, ainda, 51 mil afastamentos em decorrência do novo coronavírus, o correspondente a 2,2% do total de benefícios previdenciários pagos em 2020. A maior parte dos casos registrados pelo novo coronavírus abarcou trabalhadores de serviços considerados essenciais, com os técnicos de enfermagem no topo da lista. Esses dados são do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, organizado pelo MPT em parceria com a OIT.

"A contaminação pelo novo coronavírus pode configurar acidente de trabalho se a infecção ocorrer durante o exercício da atividade profissional. Assim, se o trabalhador morrer por causa de uma doença contraída no desempenho de suas funções profissionais, o óbito pode ser considerado acidente laboral e a empresa obrigatoriamente deverá emitir a Comunicação de Acidente do Trabalho", alerta a procuradora do Trabalho Claudia Noriler.

Outro dado que chamou atenção, em 2020, foi o expressivo impacto na saúde mental dos trabalhadores a partir das mudanças no contexto de trabalho ocasionadas pelo coronavírus. Aumento das demissões, crise financeira, home office, medo pelo contágio da doença, perda de entes queridos, sentimento de solidão e isolamento contribuíram para o crescimento na concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez devido a transtornos mentais.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), houve um incremento de 20,6% nos afastamentos por problemas de saúde mental em relação ao ano anterior. Foram 291,3 mil concessões no ano passado, contra 241,4 mil em 2019, no país, motivadas depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais e comportamentais.