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Faísca e Fumaça: a dupla que faz parte do cenário urbano de Dourados

25 ABR 2021 • POR Rozembergue Marques • 07h00
Sempre sorridentes, a dupla conta que não conhece hospital - Divulgação

Diz a história que os santos católicos Cosme e Damião eram irmãos gêmeos, que viveram e morreram na Ásia Menor por volta do ano 300 depois de Cristo.

Eles teriam sido médicos, e atendiam a população sem cobrar nada por isso. Os gêmeos praticavam a medicina em Egeia e alcançaram, por isso, grande reputação e popularidade, tanto pelo ofício que praticavam como pela bondade.

Em Dourados também existe uma dupla chamada Cosme e Damião, famosa e querida por todos. Mais exatamente Cosme da Silva Rodrigues e Damião da Silva Rodrigues.

A dupla tem traços indígenas, cabelos longos e circula pelos quatro cantos da cidade vestindo trajes iguais (costume herdado da mãe, desde que eram bebês) e em duas bicicletas. O carro na garagem é usado só de vez em quando. 

São uma espécie de componentes do espaço urbano da cidade. Depois dessas dicas, o leitor/leitora certamente já sabe de quem o repórter está falando: da dupla Faísca e Fumaça, com a qual teve uma divertida conversa/entrevista nesta semana na casa onde nasceram e residem há 58 anos, no final da Rua Cuiabá que tem ao fundo o córrego Água Boa.

O apelido foi ganhado na década de 80 por conta dos dois andarem “engarupados” em uma motoneta do tipo Garelli, marca e modelo que não existe mais exceto as poucas unidades que “sobreviveram” à chegada dos modelos mais modernos. 

Sempre sorridentes, a dupla conta que não conhece hospital. Quando ficam com algum sinal de doença, tomam um banho de rio e tudo bem. Não bebem nem fumam. Trabalham como pedreiros e no exercício da profissão não arredam pé de uma condição: a empreitada tem que incluir os dois.

Acompanharam todo o crescimento da cidade e especialmente a urbanização das fazendas existentes onde hoje é o Jardim Itália e o Jardim Clímax. 

De bem com a vida, sem nunca terem tido desavenças e unidos desde o berço, Faísca e Fumaça, se fossem edificações, deveriam ser tombados como patrimônio histórico da cidade.

Pessoas que são, merecem o reconhecimento e o aplauso pela simplicidade e pela trajetória de vida, percorrida em grande parte com as “magrelas” com as quais transitam, sempre juntos, pelas ruas e avenidas de Dourados.