Medo e insegurança

Nova “cracolândia” em Dourados atrapalha o comércio e assusta a população

4 MAR 2021 • POR Kamila Rios/o Progresso • 08h02

Há aproximadamente quatro meses, moradores de rua têm ocupado as calçadas e canteiros próximos ao terminal de transbordo de Dourados. Situação que tem gerado reclamação e revolta de moradores e comerciantes da região central, principalmente um trecho da Rua Dr. Camilo Hermelindo da Silva, entre a Avenida Joaquim Teixeira Alves e a Antônio Emilio de Figueiredo. 

O lugar que recebeu o nome de nova “cracolândia”, tem se tornado perigoso para quem transita nas proximidades. Um comerciante contou que as reclamações dos clientes tem sido constantes: “Desde que o comercio que tinha ali fechou, eles (moradores de rua) tomaram conta do espaço. Ficam abordando as pessoas que passam, pedem dinheiro, ameaçam, gritam. Os clientes ficam inseguros e isso atrapalha os negócios”. 

No inicio eram poucas pessoas, mas com o tempo tornou-se comum à aglomeração para uso de drogas e consumo de bebidas alcoólicas, o que deixa os frequentadores do local violentos. “Eu já cheguei a contar 35 pessoas ali. Tem comerciantes querendo entregar o ponto porque não aguenta mais o incomodo. A maioria deles tem casa e ficam na rua porque querem, a família veio atrás resgatar e não quiseram ir embora. Sem contar as brigas constantes, semana passada foi assustador ver uma mulher esfaqueada e sangrando tanto, fiquei mal o dia todo”, comentou outro comerciante se referindo a uma briga que aconteceu na última sexta-feira (26), onde uma “moradora” esfaqueou outra mulher no abdome, motivada por ciúmes. 

O perigo ronda também quem precisa atravessar o trecho para pegar ônibus no transbordo e para quem trabalha próximo a esse pedaço da rua. Um fiscal da empresa de estacionamento contou a nossa equipe como tem sido a rotina de trabalho: “Não chegamos perto deles, a gente olha de longe. Já fui abordada, outra vez tentaram me cercar e como estamos sempre carregando a bolsa de dinheiro, dá muito medo. Cansei de ver eles mexendo com as mulheres que passam, tem alguns que chegam ir atrás, é assustador.”

Por se tratar de um lugar público, não há impedimento para essas pessoas se reunirem lá, o que dificulta a solução do problema. A Guarda Municipal já esteve diversas vezes no local abordando os frequentadores, mas não houve flagrante de nenhum crime e como não havia mandado de prisão, nada pode ser feito.