Cultura

Trio se une e cria “Serralheria Artística”

Obras de arte tem como matéria prima o ferro e detalhes em junco sintético, madeiras e outros materiais

17 JAN 2021 • POR Rozembergue Marques • 16h04

A junção das palavras serralheria e arte deu origem a um dos espaços onde certamente há a maior concentração de obras de arte que tem como matéria prima o ferro. A Ser Arte é um exemplo de “reinvenção” de uma atividade profissional. No caso, o profissional é o serralheiro Antonio Carlos dos Reis, que após 30 anos de trabalho em uma fábrica de móveis se viu desempregado, por conta do fechamento do estabelecimento. Mesmo quando trabalhava na fábrica Antonio mantinha, nos fundos de sua residência, uma pequena fábrica de portões.

Com o tempo os antigos clientes da fábrica em que Antonio trabalhava passaram a procurá-lo, inclusive por indicação dos ex-proprietários, para confecção de móveis e peças decorativas. Com a experiência dos 30 anos como empregado, Antonio tomou uma decisão radical: decidiu produzir apenas os móveis e peças decorativas. O diferencial é que os moveis são peças únicas, que além do ferro levam detalhes em junco sintético, madeiras reaproveitadas e outros materiais. A esposa Tania contribui com a pintura manual, feita como forma de agregar valor às peças.

Ao casal se uniu o artesão Celio Carlos Destephani, que produz mosaicos  de todos os tamanhos e que são incluídos nas  estruturas de ferro. As peças produzidas pelo trio muitas vezes unem o antigo e o novo, como ferros de passar roupas a brasa, chaleiras, pés de máquina de costura, moedores de café e outros utensílios antigos, que dão um “charme” tanto às peças utilitárias como ás peças decorativas.

As peças são concebidas por Antonio, Tania e Celio ou encomendadas a partir de desenhos ou modelos trazidos pelos clientes. A clientela é formada por decoradores de festas e ambientes, arquitetos, estudantes de arquitetura e apreciadores de arte tanto de Dourados como de outras cidades. Muitas pousadas de Bonito, por exemplo, encomendam peças. O amplo acervo de centenas de peças fica exposto na loja, uma grande casarão de madeira que pelo seu estilo rústico combina com a proposta dos três artistas, que é acrescentar ao ferro materiais de reaproveitamento e também a criação de peças apenas em ferro, mas todas com formas únicas e criativas.