Editorial

Jovens na mira da Covid-19

15 JAN 2021 • POR Redação • 13h38

Os jovens estão se infectando mais na segunda onda da Covid-19. Em Mato Grosso do Sul o número de mortes só aumenta. Esse perfil, que é considerado o que mais transmite a doença, agora sofre os impactos da exposição aos riscos. Em meio a uma pandemia, o que mais se vê são festas clandestinas, principalmente as ocorridas no final do ano, além da falta de cuidados mínimos como o uso de máscaras.

Para se ter uma idéia, um comparativo entre as duas semanas mais críticas da pandemia, a 35, do final de agosto, e a 50, do final do ano, revela que apesar da grande parte de mortes atingir o grupo de risco, ou seja, pessoas acima dos 60 anos, o percentual das vítimas mais jovens (considerando até os 49 anos) que vieram a óbito saltou de 8% para 11%, uma diferença de três pontos percentuais.

A semana mais letal de toda a pandemia até agora, a de número 50, entre 6 e 12 de dezembro, o Estado registrou 176 óbitos por coronavírus e 8.011 casos confirmados. Além de mais intensa, esse período registrou um incremento no número de jovens que perderam a vida com o vírus.

Do total, 70,5% tinham acima dos 60 anos, porém quase 19% tinha entre 50 e 59 anos e 19 pessoas, ou seja, mais de 11%, eram mais jovens, com um detalhe infeliz: nesse intervalo uma criança de apenas 10 anos compôs a lista.

Ao que tudo indica, 2021 poderá manter esse quadro de mortes “prematuras”. Nos primeiros dias dos anos, entre as diversas mortes de jovens com menos de 50 anos destaca-se o óbito de duas jovens, sem comorbidades, uma de 36 anos, de Caarapó, do dia 04 deste mês, e uma de 35 anos, de Fátima do Sul, que morreu no primeiro dia do ano.

A vacina, por mais que esteja sendo anunciada, ainda não chegou. Isso quer dizer que os cuidados devem permanecer. O reflexo do descuido, principalmente no final do ano começa a ser sentido nessas primeiras semanas. Hospitais lotados e índices de contaminação nas alturas. A conta chegou e os brasileiros estão pagando com a vida.