Saúde

Médico Fred assume a saúde com desafio de combater a covid-19

Falta de leitos de UTI tem sido um dos maiores problemas no município desde o final do mês de novembro

9 JAN 2021 • POR Flávio Verão • 15h05

O médico especialista em urgência e emergência Frederico de Oliveira Weissinger, terá grandes desafios pela frente para estruturar a área da saúde em Dourados. Ele assumiu o desafio de ser o secretário de saúde e como principal medida a ser combatida está o de resolver o impasse sobre a pandemia da covid-19. 

Responsável pelo Comitê de Combate ao Coronavírus na gestão da prefeita Délia Razuk, o agora secretário, conhecido como Fred, tem experiência no assunto, mas esbarra em problemas de encontrar profissionais para atender a demanda crescente de casos da doença. Não há médicos, equipe de enfermagem e fisioterapeutas para dar conta dos casos.

Desde a segunda quinzena de novembro Dourados vem registrando aumento alarmante de número de casos da doença. Isso tem provocado a falta de leitos de UTI Covid. Com isso, pacientes são encaminhados a cidades como Ponta Porã, Naviraí e Nova Andradina. A sobra de leitos só acontece, ultimamente, quando há óbitos de pacientes em decorrência do vírus.

Na gestão de Délia, o médico Fred Weissinger chegou a ser secretário de saúde por um dia, mas pediu para deixar o cargo sob a justificativa que causaria o impedimento de praticar a medicina, pois o cargo de secretário exige dedicação exclusiva. Agora, o convite à secretaria não foi vista por ele como impedimento, indicando que entrará de vez para vida pública na área da política. 

Funsaud

Uma das principais crises na saúde tem nome: Funsaud – Fundação de Serviços da Saúde. A autarquia criada em 2014 na gestão do ex-prefeito Murilo Zauith é responsável por administrar a UPA e Hospital da Vida. Subordinada a prefeitura, a Funsaud tem acumulado dívidas e atualmente está em R$ 33 milhões. 

A UTI do hospital, por exemplo, é gerida por duas empresas contratadas pela Fundação. Uma delas responde pela ala da Covid e a outra pelos leitos geral. O problema é que a Funsaud tem dificultado o repasse mensal às empresas, provocando atraso de salários dos profissionais contratados – área médica, enfermagem, farmácia, higienização.

A Fundação chegou a passar por intervenção da própria prefeitura na gestão passada, no entanto, nada foi apontado como solução para resolver os problemas e a situação segue na mesma, de extrema dificuldade financeira. Embora a Funsaud tenha gestor próprio – Alan nomeou como presidente da autarquia o advogado Milton Batista Pedreira Junior -, caberá ao secretário de saúde Fred Weissinger fazer a política de boa vizinhança junto ao secretário estadual de saúde, Geraldo Resende.

Desde a época de Zauith é conclamada o aumento de repasses na saúde, pois conforme anunciavam os ex-gestores da secretaria, cidades menores como Três Lagoas e Corumbá sempre receberam, proporcionalmente ao número de habitantes, repasses superiores do Governo do Estado se comparado a Dourados.  Caberá ao médico Fred a missão de ser o interlocutor na garantia de ampliar os recursos da saúde para o município.

Outro grande desafio que caberá a ele será o de gerenciar a aquisição de materiais de insumos para a saúde básica da cidade, bem como o da compra de medicamentos. Na gestão passada era grande a reclamação de profissionais da saúde que sequer tinham materiais básicos como luva e gaze nos postos de saúde. Já as farmácias municipais careciam de medicamentos, do básico e da saúde mental.