Entrevista

Braz Melo criou os CEUs e expandiu o asfalto pela cidade

Para o ex-prefeito, o desafio da cidade e seus gestores nos próximos anos está na mobilidade urbana

20 DEZ 2020 • POR • 10h00

As “marcas” do ex-Prefeito Braz Melo, que administrou a cidade por dois mandatos (1989 a 1992 e 1997 a 2000) estão principalmente na Educação, embora em cada canto da cidade haja a sua “digital” administrativa. Inspirado nos Centros Integrados de Educação Pública(CIEPs) implantados no Rio de Janeiro nos anos 80, pelo ex- -governador Leonel Brizola, Braz edificou os 09 Centros de Educação Unificada (CEU) da cidade, incluindo o da Reserva Indígena e o da Sociedade Pestalozzi. Plantou a semente da pavimentação dos bairros com um projeto que estimulava a expansão da benfeitoria no trajeto por onde passava: pavimentou 120 kms de linhas de transporte coletivo. A tese se mostrou acertada, pois com o tempo de fato o asfalto foi se “espraiando” a partir das linhas de ônibus. Fez um dos túneis que cruzam a BR 163 e ligam os bairros Parque das Nações I e Parque das Nações II. Construiu lavanderias comunitárias na Vila Cachoerinha e no CSU do Jardim Água Boa. Completou a ligação entre as ruas Coronel Ponciano e Hayel Bom Fazer, através da Rua Palmeiras. Deu os passos iniciais para a criação da Perimetral Norte. Implantou a Agrovila de Vila Formosa. Através do programa federal Habitar Brasil trouxe para cidade 5 “Vilas dos Ofícios”. E celebrou a primeira grande Parceria Público Privada (PPP) da cidade: em troca do terreno onde foi edificado o Shopping Avenida Center, próximo à Rodoviária, a cidade ganhou seu primeiro teatro.

Na área de Saúde, Braz criou o primeiro posto de saúde público homeopático do Brasil e os primeiros núcleos do Programa de Saúde da Família. Ainda na área de saúde implantou o COEM (Centro de Odontologia Especializada Municipal), o Centro de Oncologia junto ao Hospital Evangélico e fez um convênio com o IDC, proporcionando atendimento a doenças cardiológicas e cirurgias do coração. Implantou também gabinetes odontológicos em 18 escolas municipais. Esse e outros trabalhos fizeram com que Dourados em 1999, no segundo mandato, fosse considerada a cidade com melhor qualidade de vida do Mato Grosso do Sul em pesquisa feita pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O futuro

Para o ex-prefeito, o desafio da cidade e seus gestores nos próximos anos está na mobilidade urbana. “Não teremos como fugir do sistema binário, popularmente conhecido como “mão única”. “Isso inclusive está previsto no Plano Marcchioro para a Weimar Torres e a Joaquim Teixeira Alves”, lembra o ex-prefeito, que defende a execução do Plano (tornado lei pela Câmara Municipal).
Outra tese defendida por Braz Melo é que sejam implantados, através de programas como o Minha Casa Minha Vida”, conjuntos habitacionais verticais em áreas da prefeitura ou a serem adquiridas de particulares mais próximas do centro. “Precisamos facilitar a vida do cidadão e otimizar os equipamentos e serviços públicos. A criação de loteamentos muito longe dos serviços públicos e dos locais de trabalho das pessoas é questionável. Porque não oferecer casas próximas ao centro para os comerciários, por exemplo?”, indaga. Para Braz, o fundamental para que todas as boas ideias saiam do papel é a união da classe política. “Sem isso, vamos continuar patinando”, prevê o ex-prefeito.