Edição Especial

Ciro Melo lançou os alicerces da democracia em Dourados

Foi eleito, em 1936, membro do Conselho Municipal, exercendo a função de secretário da mesa diretora

20 DEZ 2020 • POR • 10h00

Ciro Silveira de Melo nasceu no ano de 1884, na cidade de Cruz Alta (RS). Em 1908, casou-se com Laudemira Coutinho da Rocha, argentina de 16 anos, e foram morar em Capão Rico, Ponta Porã. Em 1910, vieram residir em Dourados, onde ele trabalhava criando cavalos e como balseiro na travessia de pessoas no Rio Dourados. Era um homem culto, lia e relia livros e jornais do país e exterior. Espírita convicto, foi seguidor dos ensinamentos do francês Allan Kardec. Após a emancipação, em 1935, fez parte da primeira junta administrativa (o equivalente à Câmara de Vereadores) do agora município e do qual fazia parte também Nelson de Araújo e Onofre Pereira de Matos.

Ciro Melo, ao lado dos outros dois membros da Junta (na nomenclatura oficial “Conselho Consultivo da Vila de Dourados”) lançou os alicerces da democracia em um tempo no qual a influência dos coronéis paisanos e grandes latifundiários era decisiva. A então “Villa de Dourados” tinha pouco mais de 15 mil pessoas. Esse Conselho definiu os lotes do povoado, viabilizou verba para se instalar a cadeia, contratar professores, criou o cargo adjunto de professor e estabeleceu as bases dos tributos imobiliários. Os três tinham pressa e trabalharam com afinco para atender a população e organizar a instituição Câmara e suas relações com o Executivo. Foi a partir daí que o Conselho Consultivo da Villa de Dourados passou a se chamar Câmara Municipal de Dourados.

Ciro foi professor, ambulante, boticário, homeopático, guarda livros (contador), farmacêutico, fundador e presidente da cooperativa de erva mate, fundador e presidente da UDN e membro do Rotary Clube. Foi eleito, em 1936, pelo Partido Evolucionista, membro do Conselho Municipal, exercendo a função de secretário da mesa diretora. Voltou a ser reeleito, desta vez, como vereador pelo município de Dourados, no ano de 1946. Faleceu em Dourados, aos 77 anos, em abril de 1962. Foi sepultado no cemitério Santo Antônio de Pádua.

Ciro Melo e Laudemira tiveram os filhos Murilo, Áurea, Atys, João de Deus, Ney, Ivo, Rosalina, Emanoel, Ilson, Helena, Ural, Zeneide, Cid, Ana, Eliezes, Noé e Antônio. Seu está imorta- lizado numa das ruas mais co- nhecidas de Dourados através da Lei 381, de 1963. Ela perpassa a região central, o Jardim Tropi- cal e o Jardim Santa Maria, den- tre outros bairros.