Registros

Dourados registrou 59 desaparecimentos de pessoas somente este ano

A maioria dos casos são homens, na faixa etária entre 35 a 64 anos

21 OUT 2020 • POR Gracindo Ramos, especial para O PROGRESSO • 14h00

O município de Dourados já registrou 59 desaparecimentos somente neste ano de 2020. “Apesar do número de registros, a grande maioria das pessoas acabam sendo localizadas. Em que pese que a polícia sempre pede para que aguarde um pouquinho para registrar, acabam registrando. Mas as pessoas acabam sendo localizadas. Geralmente, são adolescentes que saem e vão ao encontro do namorado. Alguns casos de idosos também que se perdem, mas acabam sendo encontrados. E homens que desaparecem por um tempo, mas depois são localizados”, explica o delegado regional da Polícia Civil, Lupércio Degerone Lúcio.

De acordo com a Polícia Civil, desses registros de desaparecimento na cidade de Dourados em 2020, 4 casos são de crianças de 0 a 11 anos; 8 casos são de adolescentes de 12 a 17 anos; 8 casos de jovens de 18 a 24 anos; 3 casos de adultos de 25 a 29 anos; 8 casos de pessoas de 30 a 34 anos; 23 casos na faixa etária de 35 a 64 anos (o maior número de registros); e 4 casos de idosos de mais de 65 anos que sumiram. Dos 59 casos registrados nesse ano, a grande maioria são de desaparecimento de homens. Do total, são 49 comunicados de desaparecimento de pessoas do sexo masculino. O delegado Lupércio informou ao JORNAL O PROGRESSO que, no mesmo período (janeiro a outubro) de 2019, o número de registros foi maior ainda, sendo 88 notificações de pessoas desaparecidas no município. 

As redes sociais também se tornaram uma ferramenta de busca importante, aumentando a exposição de pessoas desaparecidas. Os usuários acabam se solidarizando e compartilhando a mensagem do familiar ou amigo procurando por um parente ou conhecido. Isso faz com que essa corrente de busca tenha um maior alcance, ajudando na localização de desaparecidos. Mas também existem casos muito antigos, de pessoas que ainda não foram localizadas. A douradense Valéria Manzato Ferreira procura pela filha há 20 anos. “A dor de hoje é a mesma de 20 anos atrás”, conta ela, que trabalha em uma indústria da cidade.

Fernanda Regina Ferreira tinha 14 anos quando foi vista pela última vez em Dourados, no mês de outubro do ano 2000. Desde então, Valéria nunca deixou de buscar a filha. Ela já esteve no Estado de São Paulo, após uma informação de que supostamente a filha teria sido assassinada. Também foi até Goiás para procurar por Fernanda, após receber uma notícia de que uma pessoa com as características dela tinha sido vista. Recentemente, Manzato recebeu mais uma pista sobre o suposto paradeiro da filha. “Ela pode estar em Cochabamba, na Bolívia, morando lá, casada e com três filhos”.  Ela agora busca uma forma de verificar se a pessoa em questão é mesmo Fernanda Regina.

Em outros casos de desaparecimento, a pessoa é encontrada em pouco tempo. No último dia 9 de outubro, uma mãe moradora da Vila Beatriz em Nova Andradina (MS) denunciou o sumiço da filha Emily Vitória, de 12 anos. Jéssica Alves contou à polícia que a garota teria saído de casa com um tio e deixado um suposto bilhete. Ela foi encontrada por populares no distrito de Nova Casa Verde quatro dias após sumiço e a polícia foi acionada. A menina foi levada para Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), onde foi ouvida. As autoridades tentam entender o motivo do desaparecimento e investigam o caso.