Política

Maioria de candidatos acha que Dourados é “primo pobre” da saúde estadual

Candidatos questionam critérios para repasse de verbas estaduais

13 OUT 2020 • POR Rozembergue Marques • 09h00

Tema central das campanhas eleitorais a saúde pública é, para todos os candidatos à Prefeitura de Dourados, o principal “nó” a ser desatado. Um consenso entre os candidatos é que a macrorregião liderada pela cidade é tratada como “primo pobre” pelo Governo do Estado.

“Vamos trabalhar para reconstruir e fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde) em Dourados de maneira que todos possam ser atendidos, não só os que aqui residem, mas também os nossos vizinhos que formam a macrorregião da Grande Dourados”, garantiu o candidato Barbosinha (DEM). A intenção do candidato, se eleito, é “transformar Dourados no mais qualificado Polo Regional de Atenção à Saúde de Mato Grosso do Sul”. Para tanto, pretende ampliar o alcance da Atenção Primária, através do aumento do número de Equipes de Saúde da Família e da ampliação o horário de atendimento, além de garantir os medicamentos e exames especializados quando necessários. Barbosinha também incluiu entre suas prioridades para desatar o “nó” da saúde pública a implantação, em parceria com o Governo do Estado, do Centro de Diagnóstico e Especialidades, anexo ao Hospital Regional, o que, acredita, vai diminuir drasticamente o tempo de espera da população
“Nós, do PT, reconhecemos o Sistema Único de Saúde (SUS) como fundamental para Dourados. Propomos retomar suas diretrizes, as atividades de comprovada eficácia para a saúde da população para melhoria do atendimento e acesso ao sistema de saúde. Nossa opção será pela Centralidade da Atenção Primária de Saúde, ampliar e reorganizar a Estratégia de Saúde da Família”, afirmou, por sua vez ,o professor João Carlos, o “Joca do PT”. 

Jeferson Bezerra, do PNM, promete realizar uma audiência pública com os 33 municípios da região Sul que utilizam os hospitais douradenses, objetivando devolver ao Governo do Estado a “gestão plena”. Para Jeferson “houve momentos que a cidade de Corumbá fretava aviões à pacientes picados por animais peçonhentos em fazendas do Pantanal, para serem atendidos em Dourados”. Sem detalhar a estranha tese, ele garante que, se eleito, “essa novela vai acabar”. 

Tendo como vice um médico, Alan Guedes aponta como como principal problema o sub financiamento, o tratamento desigual que o Governo do Estado dá a macrorregião de Dourados em relação às demais. “Colocamos esse ponto em nosso Plano de Governo. Recebemos o menor valor se considerarmos as microrregiões de Campo Grande, Três Lagoas e Corumbá, por exemplo, o que resulta em um gargalo nos atendimentos mais especializados, de média e alta complexidade. Tentaremos toda possibilidade de acordo, mas não descarto até judicializar a questão”, afirmou Alan. 

O farmacêutico bioquímico Racib Harb acredita que é preciso resgatar a Saúde Pública com foco na Atenção Primária. “Isso pode acontecer com a adoção de um Sistema Inteligente de Saúde”,acredita.“Iremos liderar na região do Cone Sul a formalização de um Consórcio Regional de Saúde e de Medicamentos como forma de desafogar nosso atendimento”, adiantou Racib.

Sem entrar em muitos detalhes, o candidato Mauro Tronicke afirmou que sua prioridade para o setor será a reestruturação da medicina preventiva da família, a criação de um consórcio de municípios da região sul e que será priorizado o atendimento de média e alta complexidade em Dourados.

“Sem uma repactuação resultante de uma ação efetiva dos prefeitos junto ao Governo do Estado e à União para que seja aumentado o teto do SUS vamos continuar nesse impasse que é a superlotação da Upa e do Hospital da Vida. Uma outra luta de todos deve ser pela conclusão do Hospital Regional, que também contribuirá expressivamente para amenizar a situação”, defendeu o candidato do PTB, o indígena Wilson Matos. “A saúde de Dourados precisa receber pelo menos o mesmo percentual da macrorregião de Campo Grande”, defendeu, em opinião que parece ser consenso entre todos os candidatos.