Covid-19

Coronavírus: pandemia agrava fome e desespero na Venezuela

26 JUL 2020 • POR BBC • 15h05

A pandemia de coronavírus agravou o problema da fome em muitos países e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) avisou na segunda-feira (13/07) que a crise pode levar a um aumento de 83 milhões a 132 milhões no número de pessoas desnutridas no mundo em 2020.

Um dos países mais seriamente afetados é a Venezuela, onde os níveis de nutrição de crianças menores de cinco anos já são comparáveis aos dos locais mais pobres do planeta.

Dois dias depois, a organização humanitária britânica Oxfam publicou um alerta sobre "o vírus da fome", no qual a Venezuela é listada como um dos dez principais "pontos críticos".

"Mesmo antes da pandemia, mais da metade das pessoas famintas da América Latina já viviam na Venezuela", afirmou a Oxfam.

E, de acordo com a organização humanitária, já há indícios de que um número crescente de venezuelanos "está reduzindo a quantidade e a qualidade dos alimentos em sua dieta".

A Oxfam estima que, até o final do ano, cerca de 12 mil pessoas podem morrer de fome por dia como consequência da crise da covid-19 em todo o mundo. Isso é, segundo a organização, "potencialmente mais do que aqueles que morrerão da própria doença".

E, no momento, entre seus "pontos críticos", apenas o Iêmen, a República Democrática do Congo e o Afeganistão excedem os 9,3 milhões de famintos que a ONG britânica estima existirem na Venezuela.