Covid-19

Qual a forma correta para crianças e adolescentes usarem máscaras?

20 JUL 2020 • POR Medscape • 11h35

A pandemia causada pelo novo coronavírus obrigou a população a mudar seus hábitos. Com o objetivo de frear a transmissão da doença, medidas como higiene adequada das mãos, distanciamento físico e uso de máscaras são essenciais. No momento em que se discute a reabertura das escolas e o potencial retorno do ensino presencial, é fundamental que os médicos saibam orientar as famílias a respeito do uso correto de máscaras por crianças e adolescentes.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou uma nota com uma proposta inicial de recomendações a esse respeito, com o objetivo de nortear pediatras, pais e educadores.

A princípio, a recomendação é que, a partir dos dois anos de idade, todos utilizem máscaras.

Segundo os especialistas da SBP, e também de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, a população em geral deve dar preferência ao uso de máscaras caseiras, deixando as máscaras cirúrgicas, N95 e PFF2 para os profissionais de saúde.

A máscara caseira pode ser 100% algodão em dupla camada ou de TNT. O acessório é de uso individual, e é importante que cubra totalmente a boca e o nariz, ficando bem ajustada ao rosto e sem folgas laterais. Assim, no caso de crianças, é necessário que seja confeccionada em tamanhos especiais.

"As crianças e os adolescentes, até o momento, compõem a maior população de assintomáticos respiratórios", escreveram os especialistas da SBP, destacando a importância das medidas de prevenção do contágio nesse grupo.

O uso de máscara não isenta o usuário de outros cuidados, como evitar tocar superfícies, higienizar frequentemente as mãos, cobrir a boca ao espirrar ou tossir. Isso pode ser particularmente difícil de ser ensinado às crianças, visto que mesmo os adultos têm dificuldade em seguir todas as recomendações. Assim, o ideal é que as crianças e adolescentes fiquem em casa. Caso seja necessário que saiam, devem ser constantemente supervisionados.

Já para menores de dois anos, a SBP, assim como as organizações internacionais, não recomenda o uso de máscaras, uma vez que existe o risco de sufocamento.

"As crianças com menos de dois anos têm vias aéreas de menor calibre, o que dificulta ainda mais a respiração e oxigenação adequada com a máscara", escreveram. "Isso pode se tornar ainda mais grave devido à salivação mais intensa nos bebês e nas situações em que há obstrução nasal por secreção".

Além disso, questões relacionadas com o desenvolvimento fisiológico de lactentes dificultam o uso adequado de máscaras por eles, bem como outras medidas de higiene. Nessa idade, os bebês tendem a levar tudo à boca, se arrastam pelo chão ou engatinham, utilizam chupeta e ainda não compreendem regras.