Coronavirus

Estudo projeta mais de 1 milhão de casos e 80 mil mortes por Covid-19 no Brasil

24 MAI 2020 • POR CNN Brasil • 12h09

O mais recente boletim "Covid-19 em Dados: Projeções" produzido por um grupo de especialistas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e apresentado com exclusividade a CNN, afirma que, se não houver medidas mais severas de controle da Covid-19, a marca de 1 milhão de pessoas infectadas da doença no país será ultrapassada, em menos de um mês, entre os dias 21 e 22 de junho.

Nas mesmas condições, entre os dias 28 e 29, o estudo prevê que o Brasil passará de 80 mil mortes pelo novo coronavírus. Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, há 347.398 casos e 22.013 vítimas confirmadas. Especialistas alertam que previsões com mais de sete dias podem diminuir a possibilidade de acertos e avaliam perspectivas de avanço e de contenção da doença.

De acordo com o documento, para o dia 30 de junho, a estimativa exata apresentada é de 1.279.237 casos confirmados, podendo flutuar entre 1.231.761 a 1.326.714. Nesta mesma data, a estimativa pontual é que o Brasil tenha 84.144 mortes da Covid-19, número que pode ficar dentro da previsão de 82.373 a 85.915 mortes.

Para a médica infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sylvia Lemos Hinrichsen, tão importante quanto analisar os dados da gravidade da Covid-19, é preciso também analisar os diversos cenários da doença. “Apesar dos números altos, nós temos como trabalhar essas adversidades introspectando novos hábitos preventivos que possam dar maior segurança ao cotidiano das pessoas para não chegar nesse números", diz.

"As pessoas vão ter que atentar cada vez mais  para medidas de biossegurança que serão muito importantes para contribuir na menor circulação do vírus nas suas localidades. Temos que ter atitudes otimistas principalmente nos períodos de maiores dificuldades. É isso que várias pessoas estão  começando a fazer em diversos países, no mundo. A gravidade ela já está aí. Ela não depende de um número, ela depende das realidades locais e da participação da própria sociedade de uma forma pró-ativa no combate do vírus.”  

Segundo o coordenador do estudo, o professor de Ciência Política da UFPE, Dalson Figueiredo, o principal objetivo do levantamento é tentar ajudar no processo de tomada de decisões do poder público baseado em evidências científicas. “A ideia é que toda a política pública, na verdade, ela só fosse implementada, a partir de dados e informações robustas sobre o problema que ela se propõe a atacar”, explica. A equipe possui mais seis pesquisadores: Antônio Fernandes, Diego Costa, Enivaldo Rocha, Lucas Silva, Lucas Borba e Rodrigo Amaro.