SAÚDE

Délia vai manter flexibilização mesmo com avanço de 372% nos casos de coronavírus em Dourados

19 MAI 2020 • POR O PROGRESSO • 08h50
Foto: Franz Mendes

A prefeita Délia Razuk (PTB) deverá manter as atividades comerciais e religiosas flexibilizadas em Dourados. A cidade registra avanço vertiginoso do contágio do novo coronavírus, mas segundo o Comitê de Gerenciamento da Pandemia no município, os números já eram esperados considerando a ampliação das testagens para Covid-19.

Em entrevista ao O PROGRESSO nesta manhã, o médico porta-voz do comitê Frederico Wessinger, afirmou que ainda não é possível prever a situação local do contágio para os próximos dias, mas ele garante que o aumento nas estatísticas já era esperado devido o testes para doença terem sido ampliados, especialmente na reserva indígena. 

Na quarta-feira passada (13/5) foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 dentro da aldeia em Dourados, a maior urbanizada do Brasil. Lá vivem cerca de 17,3 mil pessoas. Até ontem, conforme boletim obtido por O PROGRESSO, 30 indígenas já teriam sido infectados pelo novo coronavírus. 

O município registrou um salto de 372% nos números de confirmações em um mês. Em 19/04 os dados mostravam 11 infectados e nenhum óbito. Já nesta terça-feira (19/5), considerando os números até às 18h50 de ontem, mostram que a cidade já possui 52 pacientes acometidos pelo vírus, sendo que 21 já finalizaram a quarentena, e um óbito. 

TESTAGEM EM MASSA

Frederico conta que o fator principal desse avanço estatístico está no contágio na reserva. Lá estão sendo realizados testes em massa para garantir o número real de infectados, eliminando possibilidades de subnotificação. 

O médico explica que na área urbana de Dourados, o contágio está controlado e diferentemente do território indígena, onde todos os casos confirmados possuem origem identificada, a cidade já vive a realidade de transmissão comunitária -- quando não se sabe onde ou de quem possa ter contraído o vírus. 

“Vamos seguir testando de forma infinita até que todos os moradores da reserva tenham sido avaliados. Tanto os que apresentem sintomas como aqueles que não apresentam. Todos serão testados”, ressaltou.

A primeira paciente indígena, de 35 anos, teria contraído o vírus fora de Dourados durante viagem. Ela trabalha em frigorífico na cidade e após avaliação descobriu-se que não houveram outros infectados na empresa, o que mostra que ela não ficou com a infecção assintomática por muitos dias.

Alexandre Mantovani, assessor especial da prefeita, disse à reportagem que não há previsão de retomada das restrições, considerando os panoramas oferecidos pelo comitê. Ele garantiu que não existe um descontrole do contágio no município.