Política

Senado desenvolveu o Sistema de Deliberação Remota em tempo recorde

7 ABR 2020 • POR Agência Senado • 14h21

O Sistema de Deliberação Remota (SDR), que vem sendo utilizado pelo Senado nas sessões virtuais, é resultado do trabalho da Secretaria-Geral da Mesa (SGM) em parceria com a Secretaria de Tecnologia da Informação (Prodasen). As soluções que garantem a discussão e a votação remota de matérias foram adotadas pela Casa para evitar aglomerações e, assim, impedir a contaminação do novo coronavírus, causador da covid-19.

Diretor do Prodasen, Alessandro Albuquerque relata que, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado pandemia do novo coronavírus, o secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira, solicitou, em 13 de março, uma solução que permitisse aos senadores discutir e votar matérias remotamente.

Diante do desafio, a equipe de TI considerou inicialmente desenvolver ferramentas próprias de votação ou adaptar o que já é utilizado nas comissões. No entanto, não havia tempo para desenvolver internamente uma solução que pudesse ser testada com calma e segurança, de acordo com Alessandro.

— A gente avaliou algumas ferramentas de videoconferência e viu que o Zoom atendia melhor a questão do controle de quem fala, de quem pode falar e para mostrar todos os parlamentares — disse o diretor.

Para garantir a segurança, segundo Alessandro, foi criada uma conta na rede do Prodasen para cada senador acessar o Zoom, evitando o uso do e-mail pessoal do Gmail ou do Hotmail, por exemplo.

A solução apresentada pelo Prodasen foi utilizada na sessão do dia 20 de março, quando o Senado aprovou o projeto de decreto legislativo (PDL 88/2020) que reconhece o estado de calamidade pública no país. Nessa sessão, a votação foi nominal —  cada senador foi chamado individualmente a declarar o voto.

Votação
Com relação ao programa usado na votação, o Senado adquiriu uma extensão do sistema de software e hardware da empresa Visual, sob gestão da SGM, que já era utilizado no Plenário. O software tem !autenticação multifator" — para finalizar o voto, por exemplo, o senador deve tirar uma foto sua para mostrar que realmente é ele quem está votando.

A aplicação web que permite o voto virtual pode ser utilizada no celular e no desktop e foi adotada nas sessões remotas seguintes, juntamente com o Zoom.

— Não desenvolvemos nada do zero. A gente compôs, com imaginação e com competência, soluções a partir das ferramentas já existentes — disse Alessandro.

Telão
As sessões virtuais têm sido presididas do Centro de Operação de Rede (Network Operation Center, em inglês, ou NOC) do Prodasen. Alessandro explica por que a escolha do local é importante.

— Ali a gente sabe onde caiu a rede, qual sistema está fora, qual impressora parou, se está havendo ataques cibernéticos, se os links de internet estão sobrecarregados, se o storage está muito ocupado, se alguma providência precisa ser tomada. Ali a energia elétrica não cai porque tem nobreak, geradores e baterias. Outro fator importante é o vídeo wall, que dá uma amplitude muito boa de quem está participando da sessão.

O diretor avalia que as votações têm sido realizadas de forma satisfatória. Mesmo assim, acrescenta ele, o Prodasen continua monitorando as ferramentas em uso para avaliar se estão realmente estáveis porque as escolhas foram feitas de forma muito rápida. 

Fonte: Agência Senado