Eleição 2020

Eleitorado feminino e baixa escolaridade marcarão eleições em Dourados

Quase 60 mil eleitores não chegaram ao ensino fundamental completo em Dourados, o que corresponde a 37% do eleitorado

21 JAN 2020 • POR Valéria Araújo • 07h00
vereadora Daniela Hall (PSD), foi uma das poucas gestoras do Legislativo - Divulgação

Dados do Tribunal Regional Eleitoral, apontam que as eleições desse ano no município devem ser marcadas com fatos como a maioria dos eleitores serem do sexo feminino e a baixa escolaridade. Em Dourados, quase 59.167 eleitores não chegaram a completar o ensino fundamental. Desses, 4.496 são analfabetos, 11.018 lêem e escrevem e 43.653 têm o ensino fundamental incompleto. Os quase 60 mil eleitores nessa situação representam 37% do total (159.167).

Em relação a faixa etária, o maior número de eleitores em Dourados tem idade entre 25 e 34 anos com um total de 34.637. Seguida de eleitores com idade entre 35 e 44 anos (32.703); de 45 a 55 anos (29.575); de 56 a 69 anos (25.886); de 18 a 24 anos (22.247); acima dos 70 anos (12.660) e de 16 a 17 anos (1.407).

A maioria dos eleitores em Dourados é do sexo feminino. São 74.187 homens contra 84.923 mulheres.  Apesar de maioria do eleitorado, o município ainda tem baixa representatividade no em poderes como o Legislativo, por exemplo. Apenas uma mulher foi eleita na Câmara Municipal do total de 19 vereadores. Trata-se da vereadora Daniela Hall (PSD), que também foi uma das poucas gestoras do Legislativo. Para ela as mulheres, ao longo da história as mulheres encontraram muitas barreiras na política. “Crescemos sendo ensinadas a pensar que esse não é um lugar para nós e por esse motivo, muitas ainda acreditam que e geram uma expectativa de que esses cargos devem ser ocupados por homens”, destaca.

Se por um lado Mato Grosso do Sul tem, pela primeira vez, duas mulheres senadoras, a bancada da Assembleia Legislativa não tem sequer uma mulher, o que não ocorria há 27 anos. As 24 cadeiras da Casa de Leis estadual serão ocupadas por 24 homens nessa legislatura. Nenhuma das 103 mulheres que se candidatou conseguiu ser eleita, em um Estado onde a maioria é também feminina. Em MS, são 978.830 mulheres votantes, o que representa 52,121% dos 1,8 milhão do eleitorado do Estado, de acordo com dados do TRE.

A baixa representatividade das mulheres brasileiras na política se reflete também na ocupação de cargos de poder dentro da Câmara dos Deputados. Das 25 comissões permanentes da Casa, apenas 4, ou seja 16%, serão presididas por mulheres até o ano passado.

Segundo o Mapa Mulheres na Política 2019, um relatório da Organização das Nações Unidas e da União Interparlamentar divulgado neste mês, no ranking de representatividade feminina no Parlamento, o Brasil ocupa a posição 134 de 193 países pesquisados, com 15% de participação de mulheres. São 77 deputadas em um total de 513 cadeiras na Câmara, e somente 12 senadoras entre os 81 eleitos.

No Ranking de Presença Feminina no Parlamento 2017, lançado em março, o Brasil ocupa o 115º lugar, ficando atrás de países como Afeganistão, Índia e Estados Unidos. Ruanda ocupa a primeira posição, seguida de Bolívia e Cuba. O levantamento foi realizado pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI), com base no banco de dados primários do Banco Mundial (Bird) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).