Policia

De dentro da Máxima, líder do PCC ordenou 28 assassinatos em MS

18 OUT 2019 • POR Da redação • 18h40
Máxima de Campo Grande - Divulgação

De dentro do Estabelecimento Penal de Campo Grande, um detento de 38 anos teria ordenado pelo menos 28 assassinatos contra inimigos do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul. A informação foi revela pelo próprio preso em ligações interceptadas durante investigações da Operação Yin-yang, realizada em fevereiro deste ano.

Conforme a denúncia feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) a justiça, ele é “Geral da Rua”, integrante da cúpula do PCC responsável por comandar roubos, latrocínios, furtos, sequestros e execuções de rivais da facção. Em um das conversas gravadas, ele repassa informações sobre um assassinato em Maracaju. Ele conta que coordenou o assassinato de um homem em março de 2018 em uma casa noturna da cidade – e se gaba de “ter ordenado 28 homicídios em menos de dois meses”.

Mesmo preso, ele autorizava sequestros, organizava o monitoramento aos alvos e mudança de cantoneira (casa usada como cativeiro para as vítimas), além de ordenar as execuções. As investigações constaram que ele comandava os crimes não só em Campo Grande, mas também em várias outras cidades do Estado.

Ligações interceptadas mostram plano de “extermínio” contra integrantes do Comando Vermelho, facção rival do PCC, em Costa Rica, São Gabriel e Sonora.

Em Costa Rica pelo menos três integrantes da facção rival foram marcados para morrer pelas mãos do grupo. Na cidade de São Gabriel do Oeste o pedido de autorização feito ao acusado era para “cortar a cabeça” dos inimigos. Em Sonora os bandidos chegaram a monitorar os alvos e receberam até ajuda da Capital.

Por telefone, o acusado avisou a um dos comparsas que estava enviado a cidade “dois irmãos e dois companheiros com umas peças de fazer defunto”. O interno ainda confessou a ordem de execução para um jovem de 27 anos encontrado morto em um terreno baldio no dia 1º de abril do ano passado também em Naviraí.

Ele também organizou vários sequestros de dentro do presídio. Em um deles, ordena que uma jovem suspeita de ter furtado armas da facção seja levada para “dar explicações” e orienta os sequestradores se aproximarem como se fosse “polícia, de preferência com roupas de polícia”.

Nas várias ligações interceptadas fica comprovada a posição de destaque do acusado na organização criminosa e o envolvimento dele não só nos vários homicídios, mas também na compra e repasse de armas de fogo para integrantes da facção paulista. Aquisições de várias armas foram flagradas durante as investigações.

Em uma conversa ele chega a afirmar para um dos comparsas que antes de assumir o comando, o Estado estava em guerra e sem nenhuma arma. “Agora estamos com 20 ferramentas”, defende.

 As investigações da Operação Yin-yang começaram após o Gaeco identificar líderes da organização criminosa comandando as atividades da facção de dentro dos presídios do Estado. (Com Campo Grande News)