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Maior iceberg em 50 anos se desprende da Antártica

2 OUT 2019 • POR Redação • 15h00
Sistema de satélite Sentinel-1 da União Europeia capturou essas imagens para fazer a comparação antes e depois - COPERNICUS DATA/SENTINEL-1/@STEFLHERMITTE

Com um tamanho de 1.636 km ² - maior que a cidade de São Paulo – o maior iceberg em 50 anos acaba de se desprender do bloco de gelo da Antártica e pode se tornar risco futuro para embarcações.

De acordo com as informações divulgadas pelo portal do BBC, o iceberg foi batizado de D28 e já está sendo rastreado desde a separação da plataforma de gelo Amery, terceira maior da Antartica.

Ainda segundo o site, cientistas já previam o acontecimento e monitorando a situação dele e do “dente mole”, um blovo vizinho que tem semelhança no formato com uma dentição de criança e que ainda continua preso.

Os cientistas também dizem que imagens de satélites obtidos desde 1990 mostram que Amery está em equilíbrio com o ambiente, apesar de sofrer forte derretimento da superfície durante o verão.

"Embora haja muito com o que se preocupar na Antártida, ainda não há motivo de alarde em relação a essa plataforma de gelo em particular", disse a professora Helen Fricker, da Scripps Institution of Oceanography.

Os estudos agora concentram como o Amery irá se comportar com a perda do grande iceberg. Uma das mudanças que podem acontecer é rachaduras e até a estabilidade do Dente Mole.

As correntes e ventos costeiros levarão o D28 para o oeste. É provável que demore vários anos para que se desmanche e derreta completamente.

Dados do iceberg

De acordo com a BBC, calcula-se que o D28 tenha cerca de 210 metros de espessura e cerca de 315 bilhões de toneladas de gelo.

O nome vem de um sistema de classificação administrado pelo Centro Nacional de Neve e Gelo dos Estados Unidos, que divide a Antártida em quadrantes.

O quadrante D cobre as longitudes de 90 graus Leste a zero grau, o Meridiano de Greenwich. O tamanho do D28 é ofuscado pelo poderoso iceberg A68, que rompeu com a plataforma de gelo Larsen C em 2017. Atualmente, ele cobre uma área três vezes maior.