Saúde

Equoterapia contribui no tratamento do Transtorno do Espectro Autista

23 AGO 2019 • POR Redação • 15h26
Equipe durante uma sessão em Dourados - Divulgação

A equoterapia vem se tornando um aliado terapêutico relacionado à reabilitação de diversos transtornos, como por exemplo, do espectro autista. Em Dourados o projeto é realizado pela equipe do Passo a Passo em parceria com o Centro Hípico.

De acordo com a Psicóloga Adrielli Luana dos Santos, a equoterapia diferencia-se do tratamento clínico convencional por ser realizada ao ar livre, gerando um vínculo afetivo entre a equipe terapêutica, os praticantes e o cavalo.

“Essa é uma alternativa produtiva de auxílio terapêutico indicada como tratamento complementar a crianças e adolescentes com o transtorno do espectro autista, visto que é no contexto das relações sociais que emergem a linguagem, o desenvolvimento cognitivo, o autoconhecimento e o conhecimento do outro”, relata a profissional.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldade na interação social, déficit de comunicação social, padrões repetitivos e interesses restritos de comportamento. O diagnóstico é essencialmente clínico, baseia-se nos sinais e sintomas e leva em conta os critérios estabelecidos por DSM–V.

Ainda segundo a Psicóloga, a sessão de equoterapia com crianças com diagnóstico de TEA pode começar em casa, desde a preparação (vestir a roupa adequada para prática) até ao cuidado com o animal (levar a cenoura) para alimentá-lo, estabelecendo assim uma rotina.

“O primeiro contato com o cavalo começa na fase de aproximação, onde o praticante, por meio do toque, acaricia o cavalo e começa a estabelecer um vínculo com o mesmo ao decorrer das sessões. Durante a fase de montaria o praticante experimenta sentimentos de autoconfiança e independência, e, por meio de atividades pedagógicas, desenvolve a fala, atenção e concentração”, completa Santos.

Para ela, em toda a sessão, o praticante mantém contato social com a equipe e cavalo, permitindo uma melhora na interação social e fazendo-o ter um novo olhar sobre o mundo a sua volta, despertando interesse por novas tarefas e a melhora no contato social.

“O cavalo atua não apenas como espelho onde são projetadas as dificuldades, progressos e vitórias, mas também como novo estímulo que propicia novas percepções e vivências. Cavalgar neste animal dócil, porém de porte avantajado, leva o praticante a experimentar também a aquisição de autonomia. A prática equestre favorece uma sadia sociabilidade que integra o praticante, o cavalo e os profissionais envolvidos, é um trabalho vasto em possibilidades e extremamente dinâmico”, explica.

A Equoterapia tem se destacado não somente no tratamento de crianças com o Transtorno do Espectro Autista, mas também na Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Transtorno Déficit Atenção e Hiperatividade, Atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, síndromes raras entre outros.

Em Dourados, além de Adrielli, a Equoterapia Passo a Passo é desenvolvida pelas fisioterapeutas Thais Fernanda do Nascimento Lima e Thais Duarte Felice Zanforlim.