Mato Grosso do Sul

Após rebelião no PA, MS entra em alerta pela situação nos presídios

31 JUL 2019 • POR Redação • 16h04
Presídios de MS também estão em situação de risco - Divulgação

Quase 10 mil presos acima da capacidade. Essa é a situação de Mato Grosso do Sul de acordo com o último levantamento divulgado pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) no mês de junho. A superlotação no Estado causa temor após o ocorrido nesta semana no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, onde 62 pessoas morreram em uma rebelião promovida em disputa de facções.

Mato Grosso do Sul tem, hoje, 19.063 presos entre os regimes fechado, semiaberto, aberto e por monitoramento eletrônico. A capacidade, somadas as unidades da capital e interior, é de apenas 9.472 internos, 101% a mais que poderia  abrigar.

O número de funcionários, segundo o portal da transparência do governo do Estado, é de 1.631, mas esse número está embutido o pessoal da administração e assistência e perícia. Com isso, a média de 11,6 presos para cada agente penitenciário é na verdade muito superior a isso dentro das penitenciárias.

Assim como no Pará, os presídios do Estado também “abrigam” diversas facções que colocam a situação como uma grande “bomba relógio”. Para tentar evitar novas tragédias, o governo do Pará anunciou nesta quarta-feira a nomeação de 642 agentes penitenciários que estavam na lista de excedentes do último concurso realizado pelo estado.

De acordo com o governador Helder Barbalho, os novos agentes vão fortalecer o sistema prisional estadual. Segundo Barbalho, eles vão atuar com mais 485 que serão empossados no próximo sábado, totalizando 1.127 agentes que estarão trabalhando nos presídios do Pará. Os novos homens vão substituir agentes que trabalhavam em regime de contrato temporário.

Em Mato Grosso do Sul, uma turma de cerca de 500 pessoas também aguarda a nomeação. Eles concluíram o curso de formação (última etapa) em janeiro e desde então cobram as nomeações prometidas pelo governador Reinaldo Azambuja durante a campanha de reeleição. De acordo com fontes ligadas a comissão de remanescentes dos alunos, há uma esperança que a convocação aconteça em agosto, mas até o momento o governo não se pronunciou de forma oficial.

Durante a rebelião no Pará, o número de mortos chegou a 62 detentos. Além dos 57 que estavam na contagem inicial, mais um corpo foi identificado pelo Instituto Médico Legal (IML) e outros quatro morreram durante a operação de transferência para Marabá.