Futebol

Jogador de time da Série A anuncia aposentadoria aos 32 anos

12 JUL 2019 • POR Redação • 14h59
Adilson deixa os gramados em função de um problema cardíaco - Divulgação/CAM

Em entrevista coletiva na Cidade do Galo, concedida na tarde desta sexta-feira, o volante Adilson anunciou a sua retirada precoce dos gramados, em função de uma cardiomiopatia hipertrófica.

Além do atleta, participaram da coletiva o diretor médico do Atlético, Rodrigo Lasmar, o diretor de futebol do clube, Rui Costa, e o cardiologista Haroldo Christo Aleixo.
 
“Fizemos uma avaliação agora, no meio do ano, na intertemporada, que identificou uma cardiomiopatia, uma doença cardíaca que o impede de seguir como atleta profissional de futebol. Isso foi estabelecido agora e, a partir do momento em que se estabeleceu, nossos primeiros cuidados foram discutir com o médico pessoal do atleta e também com um terceiro profissional para ouvir a opinião, discutir sobre o diagnóstico e a conduta que deveria ser tomada. Houve uma unanimidade em relação a essa conduta, que seria definir por abreviar a carreira do Adilson como atleta de futebol”, comentou o cardiologista.
 
A pedido do Atlético, Adilson permanecerá no dia a dia do clube. De acordo com o diretor de futebol Rui Costa, a questão contratual do atleta, neste momento, é secundária, e o clube nunca se preocupou com quanto ele vai receber ou deixar de receber.
 
"A determinação que tive do presidente Sérgio Sette Câmara, e ele nem precisava me determinar isso, é que nosso cuidado foi com o ser humano Adilson. E disse isso a ele pessoalmente, quando estive junto com ele e com o Marques na sua casa. O que não nos preocupa, agora, é quanto vai entrar na conta do Adilson, se o contrato vai ser isso ou aquilo. Ele estará aqui conosco por opção dele e por um pedido nosso. Ele vai experimentar, nessa nova fase da vida dele, experiências que possam deixá-lo aqui, conosco, e que permitam a ele perceber se vai querer ser integrante de comissão técnica, fazer um curso de gestão, ficar no meu lugar, trabalhar comigo, trabalhar com o pessoal. O que não abrimos mão é do Adilson no dia a dia. Nunca falamos de dinheiro, não vamos falar de contrato e ele terá os seus direitos garantidos. Não nos interessa, agora, absolutamente, discutir centavos, seguro. O que a gente quer o Adilson feliz aqui, com a gente, e temos certeza que a felicidade dele passa por estar aqui, com os seus companheiros, e vestindo essa camisa que ele fez questão de vestir quando veio para cá. Todo mundo perguntou porque ele viria com essa camisa e ele disse que era a camisa que vestia sempre”, declarou o diretor.
 
O diretor médico do Galo, Rodrigo Lasmar, ressaltou que não existia nenhuma suspeita sobre a condição do Adilson. Segundo ele, o que existia era um cuidado porque o Atlético tem critérios muito rígidos e segue todos os protocolos internacionais.
 
"Em vez de avaliações anuais, diminuímos o tempo dessa avaliação. Graças a esses critérios rígidos que temos, ele faz essas avaliações com períodos menores. Então, quando completou o tempo necessário, que foi logo depois que eles voltaram desse curto período de férias, no meio da temporada, não por uma suspeita, mas preventivamente. Fazemos esses exames preventivamente, exatamente para identificar alterações que não existiam e começam a surgir. Então, me orgulho de dizer que temos toda a estrutura, um pessoal extremamente capacitado, os melhores profissionais no departamento médico, incluo o Haroldo, nessa área específica, a parte de cardiologia é responsabilidade dele. Exatamente pelo cuidado excessivo que ele tem, pudemos diagnosticar uma situação em fase muito inicial. Aí sim, com isso identificado, daqui para frente, ele teria riscos cada vez maiores e não concordamos em correr riscos que possam colocar a saúde dele em cheque”.
 
Fonte: CAM