Mundo

Paris amanhece triste

Uma perda, não só para católicos e franceses, mas para toda a humanidade

16 ABR 2019 • POR DA REDAÇÃO • 12h26
Catedral de Notre-Dame em chamas, na cidade de Paris, França

O incêndio que destruiu parte da famosa Catedral de Notre-Dame, em Paris, capital da França, nesta segunda-feira (15), demorou nove horas para ser completamente apagado e causou enormes danos ao monumento. Todo o telhado, parte da abóbada e a torre mais alta, chamada de "flecha", caíram.

Notre-Dame de Paris, que significa "Nossa Senhora", em português, começou a ser construída no ano de 1163 e, em seus oito séculos de história, a Catedral foi reformada diversas vezes.

Um dos símbolos do país, onde abriga tesouros arquitetônicos, artísticos e foi palco de momentos históricos, como a coroação de Napoleão Bonaparte, em 1804; a beatificação de Joana D'Arc, em 1909; e a coroação de Henrique VI da Inglaterra, em 1429.

Resistiu a guerras, incluindo a invasão nazista, onde Adolf Hitler teria dado uma ordem antes da ocupação na França: "Destruam tudo, mas poupem Paris e Notre-Dame" – Hitler era amante das artes, apesar de tudo. E foi os sinos de Notre-Dame que soaram, em 25 de agosto de 1944, anunciando a liberação da França da ocupação nazista.

A Catedral também faz parte da história por ter sido cenário de livros, como o clássico "O Corcunda de Notre-Dame", de Victor Hugo.

O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu reconstruir a catedral e anunciou que lançará, nesta terça-feira (16), uma campanha internacional para arrecadar doações para a reconstrução. "Estou comprometido. Amanhã, uma campanha internacional será lançada, para muito além de nossas fronteiras. Vamos recrutar os melhores talentos e muitas pessoas contribuirão. E nós vamos reconstruir Notre-Dame", essas foram as palavras do presidente, ontem, durante uma coletiva de imprensa.

Muitas pessoas prometeram contribuir com doações milionárias para essa reconstrução. O magnata francês François-Henri Pinault, cuja família é proprietária de um conglomerado de marcas de luxo, anunciou que vai doar 100 milhões de euros; a família Bettencourt Meyers, sócia da L'Oreal, prometeu financiar as obras com 200 milhões de euros. No total, se cumpridas as promessas, 660 milhões de euros, equivalente a R$ 2,87 bi, serão doados para a reconstrução da Catedral de Notre-Dame.