Dourados

Viva Mulher atende média de duas mulheres por dia que sofreram violência em Dourados

23 MAR 2019 • POR Redação • 08h00
72 mulheres procuraram atendimento no Viva Mulher neste ano - Reprodução/JusBrasil

O Centro de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Viva Mulher) registrou em média dois atendimentos por dia desde 2017 em Dourados. O número foi divulgado nesta sexta-feira (22) pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher e vinculada operacionalmente a Secretaria Municipal de Assistência Social.

O atendimento do Viva Mulher faz o acolhimento e acompanhamento psicossocial e jurídico as mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Ainda segundo a coordenadoria, até fevereiro foram atendidas 72 mulheres neste ano. Em todo 2017 foram 518 casos e no ano passado o número quase dobrou com 935 atendimento.

No entanto, o Viva Mulher alerta que ainda são muitas as mulheres que sofrem violência e não procuram amparo. Tais crimes, tipificados na Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, são a violência física, a violência psicológica, a violência sexual, a violência patrimonial e a violência moral, ou qualquer conduta que se configura como uma destas.

Conforme o Viva Mulher, “ainda existe um número elevado de registros de ocorrências na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), porém, nem todas as mulheres vítimas de violência desejam receber acompanhamento psicossocial no Centro”.

A coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres, Sônia Maria Rodrigues Pimentel, reitera que a estrutura do Viva Mulher comporta muito mais atendimentos e as vítimas devem ser encorajadas a buscar amparo.

“Toda mulher que sofre violência deve denunciar o agressor, solicitar apoio nos serviços sócio-assistenciais, como também, em qualquer serviço público que a vítima consiga estabelecer vínculo e procurar informações”, disse, lembrando que o Viva Mulher recebe encaminhamentos de diferentes órgãos públicos, lembrando que, a maior demanda é da DAM.

Os atendimentos acontecem para todos os tipos de violência tipificados e, em casos graves, é disponibilizado até mesmo um lugar para abrigar as mulheres e seus filhos. “A permanência pode ser de até seis meses. Destaca-se, que a mulher e seus filhos, menores de 18 anos, acolhidos em instituição recebem todo acompanhamento”, explicou.

O trabalho é mais um proposto pela Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e luta para promover a inexistência desse tipo de crime na sociedade, conforme explica a coordenadora do Viva Mulher, Marly Maria Morgenrotti Ferreira.

“Consideramos as causas de violência doméstica como multifatoriais, ou seja, são resultantes de um conjunto de aspectos sociais, econômicos, emocionais, culturais. Sendo assim, entendemos a necessidade de políticas públicas transversais efetivas, cada setor assumindo sua responsabilidade”, disse Marli Também a necessidade de diálogo referente ao tema é fundamental, visando a desnaturalização da mesma em nossa sociedade”, disse Marly.

Para denúncias de ações de violência contra a mulher, o telefone da DAM é 3421-1177. O Disque Denúncia atende pelo telefone 180. O Centro Viva Mulher atende vítimas desta situação e o telefone é 3424-5268.

 

Fonte: PMD