Cultura

Setor cultural de Dourados apresenta propostas a gestão municipal

23 OUT 2018 • POR da Redação • 08h15

No dia 16 de outubro, representantes do setor cultural de Dourados reuniram-se com a prefeita Délia Razuk e o secretario de cultura Peu para discutir melhorias no setor.

Estiveram presentes na reunião João Rocha representando o espaço Sucata Cultural, Thiago Rotta representando o Colegiado Setorial do Audiovisual de Dourados, e Ingrid Torres presidente da Comissão de Cultura e Artes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Entre os assuntos tratados foi lembrado por João Rocha o cancelamento do último edital do FIP, que contemplava os exercícios de 2017 e 2018, no valor de R$ 391.200,00, e conclui-se que houve uma supressão no valor de R$ 547.600,00 de recursos para a cultura do município

Uma das reinvindicações do setor é que o município adote o 1% do total do orçamento municipal para investimentos na cultura, revestidos em editais para fortalecimento do setor. Está já é uma pauta reivindicada pelo setor a alguns anos sendo essa porcentagem o valor mínimo de incentivo recomendado pelo MINC (Ministério da Cultura) ao municípios.

O setor cultural de Dourados lembra que as atividades culturais e criativas geram 2,64% do PIB brasileiro, isso significa R$ 126 bilhões gerados em todo o país, segundo o IBGE, isso mostra a força do setor cultural que constituem uma vocação do país e têm alto impacto sobre a geração de renda do município, criando empregos e arrecadação de impostos, revertendo também lucros ao comércio e ao setor turístico.

Ratificando a importância do fortalecimento econômico acarretado pelo setor, ressaltam que nos últimos anos mesmo que com a escassez de apoios públicos municipais, a classe artística douradense tem se esforçado para realizar novos empreendimentos como a criação do espaço Sucata Cultural e construção do Teatro “Caixa de Barro” do Casulo, além da produção de espetáculos e shows, filmagens de cinema, séries de televisão como “Guateka” e “Natasha”, publicações de livros e prensagens de CDs. São ações que têm tornado a cena cultural do município cada vez mais diversificada, mas cujo custo recai frequentemente sobre o gestor cultural local que dificilmente poderá sustenta-lo a longo prazo. Isso coloca em risco a permanência e o desenvolvimento de algumas dessas ações já iniciadas. Dessa forma, essas iniciativas, que têm alto potencial gerador de renda e de empregos, precisam de apoio concreto e constante para permanecer, se fortalecer e se ampliar.

A prefeita Délia Razuk relatou as dificuldades dos seus primeiros dois anos de gestão. “Enfrentamos dois anos atípicos, tivemos até que parcelar salários de funcionários, imaginem a dificuldade, nem queiram passar por tudo que eu passei”, observou a prefeita, ao destacar os esforços que, mesmo assim, artistas desenvolvem para manter viva a cultura local, “Vamos fazer o possível para melhorar”, prometeu a prefeita.

Os representantes do setor cultural apresentaram propostas para a melhoria da lei do FIP, e também defenderam a criação de uma “Fundação da Cultura”, o que possibilitaria a busca de recursos junto a entidades estaduais e federais e privadas. E destacaram a importância de diálogo entre o setor e a gestão municipal a fim de encontrar uma solução para a falta de investimento.