Operação Vostok

Operação Vostok é deflagrada e cumpre mandados na casa de políticos de MS

12 SET 2018 • POR da Redação • 07h58
PF foi no começo da manhã ao apartamento do governador - Henrique Kawaminami

A PF (Polícia Federal) cumpre 14 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (12), em Campo Grande, a operação foi intitulada Vostok. As informações iniciais são de uma investigação sobre suposto recebimento de propinas da JBS, empresa dos irmãos Batista, que fizeram delação premiada explicando suposto esquema em Mato Grosso do Sul.

Um dos mandados será cumprido na casa do deputado estadual Zé Teixeira (DEM) e outro na casa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O governador cumpriu agenda de campanha ontem em Naviraí, onde dormiu. 

As denúncias, que também implicaram o ex-governador André Puccinelli (MDB), que está preso, surgiram na delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, realizada em maio do ano passado à operação Lava Jato.

A delação

Em depoimento para a PGR (Procuradoria-Geral da República), o empresário Wesley Mendonça Batista, um dos delatores da JBS, detalha suposto esquema de pagamento de propinas em troca de incentivos fiscais que teria ocorrido em Mato Grosso do Sul. Segundo a confissão realizada em 4 de maio de 2017, o conluio começou com Zeca do PT, passando por André Puccinelli (PMDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB).

“Mato Grosso do Sul é um esquema de benefícios fiscais para a redução da alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Esse esquema começou quando o Zeca do PT foi eleito, não me recordo a data, no início de 2000 por aí, se não me falha a memória. Começou com ele esse esquema conosco, de pagamento de propina em troca de redução da alíquota do ICMS no Estado”, declara.

Vostok é o nome de uma estação de pesquisa russa localizada na Antártida onde já foi registrada uma das menores temperaturas da Terra. Conforme a PF, o nome faz referência às notas fiscais frias utilizadas para a dissimulação dos pagamentos.