MAR DE ROSS

WWF diz que Japão caçou 50 baleias em área protegida da Antártida

4 SET 2018 • POR Agência EFE • 15h00
A denúncia será apresentada hoje na abertura da reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), em Florianópolis. - João Ramos/Bahiatursa

O Japão caçou mais de 50 baleias-anãs este ano na área marina protegida do Mar de Ross, na Antártida, segundo denúncia feita hoje (4), em Sydney, pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês) que exigiu uma solução para a questão.

"Supõe-se que o Mar de Ross tem uma proteção especial contra as atividades humanas para proteger a vida selvagem na Antártida. Aqueles que comemoraram a criação deste santuário oceânico ficaram horrorizados pelo massacre de baleias", disse Chris Johnson, do programa antártico da WWF, através de um comunicado.

A denúncia das caças no Mar de Ross, uma das maiores áreas protegidas do mundo com cerca de 1,55 milhão de km² criados em 2006, será apresentada hoje na abertura da reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), em Florianópolis, no Brasil, de acordo com o WWF.

No encontro, o Japão planeja solicitar a retomada da caça comercial de certas espécies, entre elas a baleia-anã, que é estimada como relativamente abundante.

O WWF disse que, apesar das restrições no Mar de Ross, o Japão realizou uma "caça científica de baleias" se aproveitando de algumas lacunas legais, o que exigiu que a Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCRVMA) que busque encerrar esta prática.

Vácuo legal

"Somente a CIB pode fechar o vácuo legal que permite que as baleias sejam caçadas em áreas protegidas.

A CCRVMA precisar dar um passo adiante e trabalhar ao lado da CIB para assegurar que isso aconteça", enfatizou Johnson.

A CCRVMA não pode controlar a caça de baleias na região e, em seu lugar, os países membros da CIB podem conceder permissões especiais para a captura dos cetáceos.

No caso do Japão, esta permissão NewRep-a lhe permite caçar 333 baleias-anãs a cada ano no Oceano Antártico até o ano de 2027.

A CBI estabelece o apoio mínimo de três quartos de seus 88 membros para fixar cotas de captura ou zonas de "santuário", onde a caça às baleias é proibida, mas Tóquio quer propor uma redução para a maioria simples.

O Japão assinou a moratória total sobre a caça às baleias para fins comerciais estabelecidos em 1986, para tratar de conservar a espécie e nesse mesmo ano realizou programas de capturas científicas, os quais defendem que buscam contribuir para a gestão dos recursos marítimos.